Há quem diga que não se deve associar o nome do Fluminense com política, isolando a instituição de questões que ultrapassem as quatro linhas. Mas essa não é a perspectiva de um grupo de cerca 250 torcedores, que criou o coletivo Tricolores de Esquerda há três anos, no auge das polêmicas ações envolvendo a derrocada do Governo Dilma Rousseff. Um dos líderes do grupo, o médico Cesinha Lima deu mais detalhes de como surgiu a ideia.

– Nosso coletivo foi criado para resistir ao golpe contra a presidenta Dilma, ainda em 2015. Somos uma frente de tricolores, em espectro de esquerda. Somos aproximadamente 250 integrantes, afetivamente cadastrados – disse ao NETFLU.

 
 
 

O movimento já fora diversas vezes questionado por associar um pensamento político às três cores que traduzem tradição. Entretanto, segundo Cesinha, não dá para enxergar o clube como uma instituição desvinculada ao cenário do país.

– Ser tricolor é ideológico. As relações pessoais, clubísticas e sociais compreendem conceitos e premissas políticas, com divergências e contradições. Um clube apolítico seria, a nosso ver, um clube sem alma. A história de nosso Clube é eivada de iniciativas, de cunho político, em suas diversas dimensões e tendências. Pensamos que algumas desses críticas referem-se à política pequena ou politicagem. Não é disto que tratamos – destacou.

No último domingo, diversos integrantes do coletivo foram ao Maracanã acompanhar o duelo entre Fluminense e Atlético-PR. Por lá, estenderam faixas de apoio ao ex-presidente Lula e, ainda, relembraram a vereadora Marielle Franco, assassinada recentemente. Entre muitos abraços e sorrisos, algumas provocações de outros tricolores que gritavam o nome de Bolsonaro.

Confira algumas fotos da ida do Tricolores de Esquerda ao Maracanã: 

No próximo dia 28 deste mês, às 19h, o coletivo ampliará sua pauta. Por intermédio de um evento na Lapa, com as presenças do jornalista Fagner Torres e do deputado federal Wadih Damus (PT), serão discutidas a criminalização das torcidas e a elitização dos estádios. O médico Marco Porto, que também faz parte do Tricolores de Esquerda, será o moderador do encontro. Qualquer pessoa interessada está convidada a participar.