O Fluminense, principalmente após o caso de 2013, quando Flamengo e Portuguesa foram punidos pela escalação irregulares de jogadores (André Santos e Héverton, respectivamente), ficou mal falado por parte da imprensa e torcedores como sendo um clube que se beneficia do tapetão. Fama essa que não agrada nem um pouco Peter Siemsen. O presidente lembra que o Tricolor é cumpridor de regras e cita casos da Eliminatória da Copa do Mundo na América do Sul e na Champions League, competições em que a Bolívia, neste ano, e o Legia Varsóvia, há dois, foram punidos por escalações irregulares.
Na visão de Peter, a estrutura de julgamentos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acaba sendo equivocada e favorecendo tais interpretações errôneas sobre responsáveis ou não.
– Isso é completamente injusto. A Bolívia foi punida. Na Liga dos Campeões, o Legia Varsóvia, há dois anos, foi eliminado por escalação irregular. Só que lá, o processo é administrativo, não vai para um tribunal com defesa oratória. É muito menos chocante, menos desgastante. Isso que deve ser feito no Brasil. Aqui, infelizmente, cria-se um palanque onde quem passa a ser o principal ator é o membro da comissão julgadora. Não tem o menor sentido isso. Se foi escalado de maneira irregular, precisa apenas aplicar a regra. Assim é feito nos mercados desenvolvidos. Aqui, não, é essa confusão toda. No caso do Fluminense, na minha gestão, foi apenas a regra sendo cumprida. Sistematicamente. E cobrando dos outros que seja cumprido também. No caso da Portuguesa e do Flamengo, foram eles quem não cumpriram as regras e acabaram punidos. A denúncia foi feita pela procuradoria, o Fluminense não teve nada a ver. Somente depois entrou como terceiro interessado. Não podia deixar de defender os interesses do clube. Falta isso ao Brasil. Vemos hoje em Curitiba, exemplos importantes nesse sentido. E muita gente está gritando por aí. Tem de ser duro, tem de aplicar. O Brasil só muda se aplicar a regra. O Fluminense sofre, mas não vai se intimidar pelo trabalho de alguns da imprensa ou torcedores. A TV Globo mostrou que houve intervenção do fiscal do jogo junto ao árbitro. A única regra que permitia era fazer a denúncia e nem teve julgamento após uma decisão pessoal do presidente do STJD. Nem deveria haver esse cargo ou o tribunal. Deveria ser uma decisão administrativa. Outra coisa. Árbitro deveria dar entrevista. Todo esse cenário só cria incerteza e desconfiança. A regra só é aplicada de vez em quando. No futebol moderno não cabe mais isso – disse.