O presidente Peter Siemsen soltou o verbo, em entrevista concedida à Rádio Globo, na última noite. Ao ouvir o comentário, reproduzido pelo âncora do programa “Panorama Esportivo”, o jornalista Felipe Cardoso, de que ele não se incomodaria se o Fluminense fosse rebaixado, já que não participaria da próxima gestão, o mandatário tricolor desabafou.
– O seu amigo é oposição. Na cabeça dele, é. Uma pessoa que tem esse tipo de colocação, tem que ser questionada no caráter. Eu questiono o caráter. Uma pessoa fazer uma avaliação tão leviana, é questão de conduta, de caráter. Em todo momento que eu fiquei no Flu, trabalhei pelo clube, não para mim, desde que entrei no clube. Se eu trabalhasse para mim, obrigava o Fred a ficar, porque era um conforto. Deixa o cara aí, entrega para o próximo presidente e ele que se vire. Acha que faria diferença pra mim? Francamente. Acha que faria diferença pra mim ficar lutando por cotas do Fluminense? Ou eu deveria fazer como os outros fizeram, que me entregaram o 2011 todo antecipado e eu só tinha jogos da Libertadores e Copa do Brasil para receber? Todo o resto, Brasileiro e Estadual, tudo antecipado em 2011. Eu poderia fazer igual, né? Poderia fazer isso. Pra que eu vou investir numa base cujo os resultados serão obtidos na outra gestão? Para que iria fazer uma piscina nova no Flu, adequada às competições internacionais? Pra mim? Para os meus filhos nadarem? Não. Para que eu iria proteger o Fluminense tendo a menor dívida bancaria entre os 12 grandes clubes do Brasil? Poderia ser como o Atlético-MG, gastando tudo e tendo a maior dívida bancária. Seu conhecido deve estar precisando de um psicólogo. E a única coisa que ele não pode falar é uma barbaridade dessas. Quem mais trabalhou pelo clube sem nenhum objetivo pessoal, fui eu. Sem nenhum interesse transversal. Sempre trabalhei com muito afinco pelo Flu e sempre coloquei a minha posição individual em segundo plano, porque se eu não fizesse isso, teria feito muito mal ao Fluminense. Hoje o Fluminense não teria condições de sobrevivência, de ter talvez o melhor CT do Brasil e ter uma das melhores divisões de base do país. Sobre o futebol profissional, todos tiveram o seu momento. Lutei para que tivéssemos a Unimed o maior tempo possível, mas sabíamos que um dia poderia ter um fim. E mesmo na era Unimed, em 2006, 2008, 2009 e 2013 o Flu lutou para não cair. Isso acontece muitas vezes. É natural, vai acontecer com qualquer um. Se olhar o futebol como um todo, com Unimed, Fred ou Mário Bittencourt à frente, teve seus bons ou maus momentos. O que acho que daria estabilidade a isso é um centro de treinamento de ponta, alta qualificação dos funcionários, uma produção de base de altíssimo nível e um estádio próprio, que falta. Acho que cumpri dois desses itens de maneira positiva, mas a estabilidade do Flu vai depender de uma estrutura de alto nível, que na minha opinião ainda falta, que é o estádio – finalizou.