Do terceiro ao nono colocado do Campeonato Brasileiro, ninguém venceu. Destes, só um demitiu o seu técnico: o Fluminense, que amargou a sexta rodada sem triunfos.
A derrota por 4 a 2 para o Cruzeiro marcou o fim da era Levir Culpi, demitido por Peter Siemsen, o mesmo que, há pouquíssimos dias, havia garantido o treinador até o fim do ano. Duvido muito que o presidente fizesse a troca (Marcão assumirá interinamente) se não fosse ano de eleições no clube.
O trabalho de Levir nas Laranjeiras era regular, mas a conquista de um título (a Copa Sul-Minas-Rio, a Primeira Liga) e se encontrar brigando por Libertadores a quatro partidas do fim do Brasileiro (está a três pontos do sexto colocado, o Atlético-PR) são situações condizentes com o elenco enxuto que tinha em mãos.
Em condições normais, Levir Culpi concluiria este trabalho sem a necessidade de uma rescisão traumática, ainda no vestiário da derrota, a tão poucos metros da linha de chegada. O futuro treinador seria uma questão do presidente eleito no pleito de 26 de novembro, quando Peter espera eleger um sucessor, Pedro Abad.
Nada é tão simples. Há muitos interesses em jogo, e Peter acredita que a classificação do Fluminense à Libertadores poderá ajudá-lo em seu objetivo. Ao demitir Levir, o mandatário tricolor busca também tirar a responsabilidade de seus ombros, já tão pesados por ter entrado para a história como um dos cartolas que mais substituiu treinadores em seis anos de gestão (dois mandatos).
Como se vê, estabilidade passa ao largo da cúpula tricolor, que mete os pés pelas mãos na ânsia de se manter no poder.
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