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Personagens da batalha em Curitiba 15 anos atrás recordam fuga heroica do Fluminense do rebaixamento

Rodrigo Mendes

Atual campeão da América, o Fluminense vive momento complicadíssimo. Luta contra o rebaixamento. E após 15 anos voltará ao estado onde conseguiu fuga heroica do rebaixamento: o Paraná. Em 2019, o Flu empatou por 1 a 1 com o Coritiba na última rodada e evitou a queda, rebaixando o adversário. Dessa vez, enfrenta o Athletico num confronto direto a três rodadas do fim. Personagens daquela batalha recordaram em entrevista ao site ge como foram os acontecidos.

Em 2019, Fluminense e Coritiba chegaram à última rodada ameaçados. Caso o Flu perdesse, teria de torcer contra o Botafogo, que venceu seu compromisso. Assim, tinha de no mínimo empatar com o Coxa e foi o que aconteceu. Porém, tão logo acabou a partida, o alívio e comemoração deram lugar a momentos de tensão, pois torcedores curitibanos revoltados com o rebaixamento do clube de seu coração invadiram o gramado e iniciaram uma verdadeira pancadaria.

— Foi uma sensação de dever cumprido quando o árbitro assinalou o final de jogo, me passou um filme na cabeça ainda mais por se tricolor desde pequeno, uma sensação indescritível, que só um torcedor fanático realmente pode sentir. Fomos comemorar com a nossa torcida e quando nos viramos para o campo, presenciamos uma selvageria – conta o exzagueiro revelado pelo Fluminense Dalton.

— Foi tudo muito rápido. Estávamos felizes pela permanência. Mas virou uma confusão completa. Na hora eu vi os torcedores invadindo, um cara desmaiado no chão, a gente não sabia para onde correr. Pensei que íamos morrer ali. Aquilo foi um inferno, uma loucura” – completou o ex-preparador físico tricolor Ronaldo Torres.

Dalton recordou ainda o peso do ocorrido na história recente do futebol brasileiro. Afinal de contas, as imagens percorreram o mundo inteiro.

— Foi um dos momentos mais emblemáticos da história recente do futebol brasileiro, simbolizando tanto o lado bom, com a heroica salvação do Fluminense, quanto o lado ruim, com a lamentável invasão de campo – falou.

Na partida, o Fluminense saiu vencendo por 1 a 0, com gol de Marquinho. Porém, ainda no primeiro tempo, Marcelinho Paraíba igualou. Até o fim, as duas equipes alternaram oportunidades e se o Flu sofresse a virada, cairia para a Segunda Divisão. No ano seguinte, o time acabou campeão nacional.

— Parece que foi ontem, mas o jogo iniciou bem antes do apito do árbitro. A torcida do Coritiba ficou soltando fogos a noite inteira na frente do hotel que estávamos hospedados, além disso, a cidade estava completamente mobilizada em relação ao jogo, como se fosse realmente uma guerra, o que infelizmente, aconteceu no apito final. Já no meio do segundo tempo, o estádio ficou em silêncio, pois com a combinação dos resultados até então, o Coxa teria que ganhar o jogo para não ser rebaixado – lembra Dalton.

Depois da pancadaria em campo, o time do Fluminense correu para o vestiário e ficou lá por horas esperando os ânimos se acalmarem para só aí poderem deixar as dependências do estádio.

— Ficamos quase três horas esperando no vestiário para poder deixar o estádio, mas naquele momento, nada mais importava. Não foi um título, é verdade, mas foi um jogo histórico, algo que jamais esquecerei – conta Dalton, ex-jogador do Fluminense.

— O nosso título começou ali em 2009, com aquele grande trabalho do Cuca, que barrou jogadores e conduziu o Fluminense para escapar do rebaixamento naquele jogo em Curitiba. Fomos campeões depois com um grande trabalho do Muricy. Mas tudo começou mesmo em 2009 – opina Ronaldo Torres.

Rodrigo Mendes, pai da Giovana, é um jornalista e tricolor de coração de 43 anos. Formado pela Facha, trabalhou no Lance, no site Justiça Desportiva e também como assessor de imprensa.

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