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Após a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) entrar na Justiça contra a Rede Globo por indenização após a rescisão dos direitos de transmissão do Campeonato Carioca do ano passado, as partes agora discutem uma possível parceria pelo pay-per-view do próximo. Mas, primeiro, é preciso que haja um acordo para o fim da disputa judicial.

Na última segunda, houve reunião do Conselho Arbitral da Ferj, com a participação dos clubes que disputarão a competição em 2022. Ficou definido que a entidade negociará uma pareceria com a emissora. Marcelo de Campos Pinto, sócio da SportsView, agência que comercializa os direitos de transmissão do Carioca, falou sobre a situação.

 
 
 

— A Globo encaminhou uma proposta comercial que estava condicionada à solução da pendência judicial. Quando ela encaminhou essa proposta, que foi de valor interessante, na casa de dezenas de milhões de reais para os clubes, nós imediatamente encaminhamos esse e-mail para o presidente Rubens Lopes, porque a proposta vinha condicionada à solução do litígio. O presidente passou a liderar essa conversa com a Globo não só na questão da demanda judicial, como ontem apresentou aos clubes uma posição que ele gostaria de levar à Globo sobre um acordo judicial e a discussão comercial. Essa proposta foi aprovada por unanimidade entre os clubes – disse.

Segundo o executivo, o projeto da Globo ajudará os clubes a ganharem mais dinheiro e aumentará a base de fãs que consomem o Estadual. A posição é diferente daquela adotada por ele e pelas agremiações do Rio de Janeiro no começo do ano, quando decidiram adotar um modelo próprio de geração de imagens e retransmissão dos jogos, o que fez com que o Carioca tivesse um modelo de pay-per-view híbrido, vendido em parte pelos clubes e pela FERJ, em parte pelas operadoras Claro, Sky e Vivo. De acordo com Campos Pinto, as operadoras que hoje detém os direitos de PPV já deram o aval para a negociação com a Globo, o que ampliaria o próprio faturamento delas com uma venda maior de pacotes.

— A gente não constrói base de vendas de um produto pago, em nada no mundo do conteúdo audiovisual, sem muito tempo, suor e sangue. No Campeonato Carioca, tivemos um primeiro ano muito bom, com 220 mil vendas sendo realizadas, mas que ficou bem aquém das 530 mil assinaturas de pessoas que torcem pelos clubes cariocas e que eram assinantes do Premiere. Chegaremos lá, mas isso vai levar tempo – disse o executivo, para completar:

— Se você tem a oportunidade de voltar a buscar uma base (de consumidores) bem maior em benefício dos clubes e que isso ajude a manter esse produto (o Premiere) para os clubes que disputam as Séries A e B do Campeonato Brasileiro, isso é algo que pode ser interessante para o futebol como um todo.