Responsável pela construção do centro de treinamentos do Fluminense, localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, o ex-vice de projetos especiais, Pedro Antônio, fez uma revelação. Em entrevista ao NETFLU, ao comentar sobre o convite de Pedro Abad, no início de sua gestão, para assumir a vice-presidência de futebol, o milionário explicou que declinou da proposta por um único motivo: o mandatário havia dito que poderia negociar jogadores e, nesse sentido, conseguir verba para quitar, aos poucos, as dívidas (em torno dos R$ 5 milhões na época) com ele.
– Não aceitei ser vice de futebol. Aí o Abad disse que iria vender alguns jogadores para me pagar, mas achei antiético, por isso não aceitei. Ele propôs vender jogador para eu receber. Eu disse que não poderia ser vice porque na hora que eu vendesse um jogador, como ficaria? Ajudei na venda do Gerson, mega venda, que era para construir o CT, assim como na contratação de Abel, que o Abad pediu – disse.
Questionando as qualidades do atual vice de futebol, Fabiano Camargo, indicado pela Flusócio, sobretudo por ser dentista de formação e não ter histórico na área administrativa, Pedro Antônio destacou qual seria o melhor perfil para assumir o segundo cargo mais importante da pasta.
– É preciso ter capacidade de negociar, experiência para solucionar problemas e tamanho para gerir esse desafio. Na época, disse ao Abad que me sentia honrado pelo convite e que poderia fazer um bom trabalho por conta do meu perfil, mas ficaria num dilema ético. Por melhor que eu pudesse vender um jogador, eu declinei – reforçou.
Por conta das declarações de Pedro Antônio, o NETFLU entrou em contato com a assessoria do presidente Pedro Abad, interpelando se o mandatário não entendia, naquele momento, tal oferta a Pedro Antônio como conflito de interesses. Na resposta, o clube rechaçou qualquer liberação indiscriminada para venda de jogadores, que visassem o pagamento das dívidas com o ex-dirigente.
– O Fluminense confirma o convite feito ao antigo vice-presidente de projetos especiais, Pedro Antonio, para assumir a vice-presidência de futebol no início da atual gestão. O clube nega, no entanto, além de lamentar profundamente, a insinuação de que tenha havido no convite qualquer objetivo diferente do cumprimento das atribuições inerentes ao cargo de vice-presidente de futebol, que inclui, acima de tudo, a defesa incontroversa dos interesses do Fluminense – disse o clube em nota enviada ao portal número 1 da torcida tricolor.
Atualmente trabalhando apenas como voluntário na Prefeitura do Rio de Janeiro e, ainda, acompanhando regularmente as reuniões do Conselho Deliberativo, Pedro Antônio concluiu que um vice-presidente de futebol não pode ser apenas um boleiro, sem nenhum tipo de qualificação técnica.
– Eu disse, insisti pra ele (Abad) que tinha que ter alguém de peso, porque o cargo de vice de futebol é o segundo mais importante. Falei para o Abad que a pessoa precisa saber negociar. Futebol você tem de vender e comprar ativos. Precisa ser gestor de capacidade, não tem que ser “boleiro”. Tem scout para isso – finalizou.