O futebol profissional é um ambiente no qual se movimenta muito dinheiro. Porém, há diferenças estratosféricas entre alguns clubes. E como combater isso? No Fluminense, Paulo Angioni precisa encontrar soluções. Afinal, o Tricolor não vive a pujança financeira de outrora quando teve, por exemplo, o patrocínio da Unimed. O diretor executivo de futebol opina sobre o tema.
— O difícil do futebol não é faltar dinheiro, é conviver em um ambiente com valores impraticáveis para a realidade social do país. São estratosféricos. É um absurdo. O único jeito de resistir a essa realidade é fazendo algo diferente, e nós tentamos, por exemplo, com o Fernando Diniz. Não tem nada igual a ele. É disruptivo, é diferente de tudo. E eu sigo acreditando que a coragem que ele imprime é a melhor maneira de diminuir a diferença criada pelo dinheiro – disse.
A longo prazo, a tendência é a situação piorar e o futebol também. Pois os clubes com maior dificuldade financeira vão se distanciando ainda mais daqueles que estão à frente. Paulo Angioni sabe disso. Ele lembra, inclusive, de exemplo vindo da Itália.
— Do jeito que está, é só observarmos o mundo: o panorama é repetir o que dá errado. Eu lembro do Milan, do (Silvio) Berlusconi (ex-dono do clube), em sua época de maior investimento no futebol europeu, nos anos 1980 e 1990. Ele dizia: “o que será do Milan sem rivais?”. É o que devemos pensar. O Milan não disputa um campeonato sozinho. Nem time nenhum. Precisamos refletir sobre isso. Vale a pena rever esse lado. Se me chamarem para discutir, vou provar que os clubes não vão resistir – falou.