(Foto: Lucas Uebel - Grêmio)

O Fluminense – todos sabemos – não joga uma Libertadores há quase 10 anos. É muito tempo, uma eternidade, para um time com nossa camisa, com nossa história.

Super nervoso, assisti ao jogo que decidiu nossa classificação para a fase de grupos. Quiseram os deuses do futebol que essa decisão não contasse com o Fluminense. Deu tudo certo. Vitória do Palmeiras e vaga garantida.

 
 
 

Merecidamente garantida.

A reta final do Fluminense no brasileirão foi irretocável, feito de time grande. Arrancamos a vaga na raça, na unha, contra todos os prognósticos e probabilidades.

No início do campeonato as previsões eram justificadamente muito ruins. Elenco desequilibrado, treinador retranqueiro, sérias dificuldades orçamentárias, penhoras de todos os lados.

Os caras começaram o campeonato com o presidente dizendo que a meta era a pré-Libertadores e com o executivo do futebol planejando ficar entre os dez primeiros.

No meio da jornada, para complicar, peças importantes foram perdidas. Evanilson, nosso melhor jogador, saiu precocemente; Dodi, o motorzinho do meio campo, e indiscutivelmente o ponto de equilíbrio do time, também nos deixou. Digao, Marcos Paulo e Wellington Silva, jogadores importantes pra composição do elenco, também deixaram a equipe em algum momento antes do fim.

Quando o treinador abandonou o barco, com pouco mais da metade da competição, a voz corrente na torcida era uma só: vai ser difícil a classificação.

E aí chega o Marcão. Com um péssimo início, vimos pontos importantes serem deixados pelo caminho. As críticas aumentavam na proporção da diminuição de nossas chances.

E então voltamos – ou entramos! – ao trilho. Jovens da base começaram a jogar no time principal e o Fluminense medroso do Odair deu lugar a um time que, mesmo com evidentes limitações, passou a querer jogar futebol.

Nenê contribuiu demais, escalado na única posição viável, a zaga passou a jogar o fino e o Fred – Ah! O Fred! – passou a liderar a equipe, com o sangue dos times campeões correndo nas veias.

O vestiário sob controle (e aqui é fundamental reconhecer também o trabalho da diretoria nesse ponto), aliado a um jogo propositivo, com um time mais jovem e mais técnico, nos trouxe a última vaga na chave de grupos.

Um feito que, se não é pra encher de orgulho o torcedor, é para alegrá-lo, servir de motivação para conquistas maiores que uma classificação pra Libertadores.

Não será fácil, ao contrário. Estaremos no pote 3, jogaremos contra outros gigantes da América do Sul. Mas devemos entrar dessa vez com o único pensamento possível para o Fluminense: o título.

É muito difícil? É. Somos os favoritos? É claro que não.

Mas o Fluminense tem que ser problema pros outros postulantes à conquista. Acreditar no título é obrigação. Lutar por ele também.

Parabéns aos jogadores, à comissão técnica, à diretoria e, principalmente, à Libertadores, muito maior e mais bonita quando tem o Fluminense participando.

Vamos pra cima. Contratem bem, por favor.

CURTA

Que pesadelo é esse time sub-23. Que linha defensiva ridícula é essa? Com muita honestidade, não lembro de ter visto algo tão ruim vestindo a camisa do Fluminense. Aquele lateral esquerdo é uma piada. E o zagueiro que era reserva do Náutico me pareceu muito fraco. Isso, aliado à enorme dificuldade de leitura do jogo por parte do Ailton, proporcionou uma derrota VERGONHOSA para um nanico aqui do Rio que certamente não tem condições estruturais para brigar contra qualquer time que o Fluminense monte.

Não tem desculpa. Foi uma vergonha. Uma zona, um bando.