O impasse envolvendo o futuro do futebol brasileiro está longe de um desfecho. Tanto que, a decisão da CBF de pedir auxílio à Fifa para lidar com as ações da Justiça comum, que tentam invalidar punições aplicadas pelo STJD a Portuguesa e Flamengo, ameaça jogar o futebol brasileiro no nó jurídico-esportivo que provocou a criação da Copa João Havelange em 2000, segundo o portal Lancenet.
Na temporada em questão, o Gama lutava na Justiça comum contra o rebaixamento definido também no STJD, que deu pontos ao Botafogo no caso Sandro Hiroshi. A CBF, para pressionar o time candango a retirar as ações, foi à Fifa, que acabou proibindo a entidade nacional de realizar o Brasileiro com o clube. Como havia decisão da Justiça determinando o contrário, e o Gama não recuou, a CBF ficou de mãos atadas e delegou ao Clube dos 13 a organização.
Foi feito, então, um torneio, com mais de cem clubes: a Copa João Havelange. No módulo azul, dos principais times, foram colocados Botafogo, Gama e até o Fluminense, campeão da Série C-1999.
A diferença é que em 2000 não havia Estatuto do Torcedor, o qual preza o acesso e descenso, vetando convites, o que ocorreria se a Série A-2014 for desenhada nos moldes da JH.
Além de pedir auxílio, a CBF explica à Fifa, em resposta ao pedido de informações vindo de Zurique, o motivo de não ter punido Portuguesa e Flamengo pelos processos, como indicado pela entidade máxima do futebol mundial em carta enviada em 16 de janeiro. A Fifa chegou a citar o artigo 68 de seu Estatuto, que veta o ingresso na Justiça comum e dá aval às associações para aplicação de sanções.
Por isso, a CBF relata que os clubes não são os autores das ações, mas ressalta que algumas delas foram instigadas por eles. E é aí que vem o pedido de auxílio.
Atualmente, a CBF tenta derrubar três liminares na Justiça de São Paulo que invalidam a decisão do STJD. Por outro lado, há duas no Rio que determinam o contrário.