A absurda atuação de Anderson Daronco no clássico em que o Fluminense perdeu por 2 a 0 para o Vasco, no último sábado, no Engenhão, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro, ao validar o primeiro gol rival claramente irregular refutando inclusive a recomendação do VAR gerou uma proporcional reação do presidente tricolor, Mário Bittencourt, de pedir a sua aposentadoria. Afinal de contas, vem cometendo erros seguidamente e este superou os limites do grosseiro. Em entrevista ao site Uol, quatro ex-árbitros repercutiram tal declaração e responderam se entendem que ele deveria mesmo encerrar a carreira. Confira as respostas:
Manoel Serapião
— Daronco ainda tem muita lenha para queimar e com muita eficiência. É verdade que precisa de algumas orientações, como dinamizar mais o jogo e ser mais preventivo, coibindo as pequenas atitudes ilegais de jogadores. Todo árbitro passa por má-fase e precisa ser acolhido, acompanhado e orientado, mas a Comissão de Arbitragem da CBF faz isso muito mal. Não estabelece diretrizes claras, não sabe o que fazer com o VAR, pune árbitros publicamente os expondo e os deixando inseguros, assustados, em especial porque aplica punições de modo seletivo — o que, além de antiético, produz resultado desastroso.
Carlos Eugenio Simon
— Quando encerrei a carreira, em 2010, era obrigatório o árbitro parar aos 45 anos. Anos depois a Fifa voltou atrás dessa decisão. A decisão de parar ou não cabe ao árbitro, ele que tem que saber o momento certo. Para exercer a arbitragem na sua plenitude, o árbitro deve estar bem fisicamente, tecnicamente e psicologicamente. Anderson Daronco é um bom árbitro e está sobrecarregado, apitando os principais jogos e isso gera um desgaste. Nesse caso é importante a Comissão de Arbitragem chamá-lo para uma conversa, porque ela precisa de um árbitro como o Daronco em plena forma.
Alfredo Loebeling
— Ele não está em um bom momento. Nunca achei Daronco um grande árbitro, ele fica conversando com o VAR o jogo inteiro, fez o nome dele muito mais por ser um grande árbitro, literalmente falando, no sentido físico, do que na parte técnica, mas não acho que seja um motivo de parar. Todo árbitro passa por boas fases e outras mais difíceis. A sequência ruim que ele está passando é por culpa da Comissão de Arbitragem, que continua escalando. Seria legal ele se afastar um pouco, ou pelo menos nos grandes jogos, passar por um processo de reestruturação, principalmente psicológica, e voltar a atuar se for o caso. Ele não está lá porque está implorando na CBF, batendo na porta e pedindo escala, está lá porque alguém escalou.
Ulisses Tavares
— Ele pode arbitrar até os 50 anos. Só os representantes da Fifa poderão falar a respeito da aposentadoria ou ele mesmo, se achar que não tem mais condições de continuar arbitrando.