Gil, ou Búfalo Gil, era um dos nomes da legendária Máquina Tricolor em meados dos anos 1970. O mineiro de Nova Lima atuou no Fluminense entre 1973 e 1976. Forte e veloz, ganhou o apelido de Búfalo e hoje, aos 73 anos, mudou de área, ainda dentro do futebol, e busca levar o modesto Maricá à primeira divisão do Campeonato Carioca.
Gil é, desde o ano passado, coordenador técnico do Maricá, que começa a disputar uma vaga na elite carioca contra o Olaria. O time da cidade praiana é dirigido por Reinaldo, ex-atacante de Flamengo, Botafogo e São Paulo no final dos anos 1990, início de 2000.
– Quando ele (Reinaldo) perguntou se eu não queria trabalhar nesse projeto do Maricá, respondi: “De técnico, nem pensar”. Ele é muito bom treinador. Atualizado em tudo. Se montou um time muito forte e focado no campeonato. Ano passado, a gente começou bem, mas teve um queda grande e não funcionou. E esse ano funcionou. Nós estamos chegando em uma final com grande possibilidade de subir, que é o nosso objetivo desde novembro do ano passado – disse Gil, que já foi treinador e tenta passar sua vivência aos mais jovens:
– A maioria, por ter pouca idade, não sabe quem foi o Gil. É normal, porque a geração deles é outra. Tem um que trabalha aqui que fala sempre “são poucos que fizeram gol em Wembley, o Gil fez” aí todo mundo olha meio assim. Agora todo dia tem um que encosta, alguma coisa especial com os atacantes. E eu tenho orientado alguns, porque a minha função de coordenador técnico, mas não vou interferir nunca no trabalho do Reinaldo. Se perguntar, a gente responde. Então, a relação com essa garotada é muito boa. Há um respeito. Da minha parte e dele por mim muito grande. Depois de muitos anos, voltei até a concentrar com eles, para conversar e explicar como funciona. Porque eu não tive essa oportunidade quando eu jogava.
Sobre o Maricá, é um time formado por jogadores contratados para esta temporada. Um conhecido da torcida tricolor joga no clube, o já experiente zagueiro Sandro, revelado nas divisões de base do Fluminense.
– Tem que bater continência. A presença dos caras aqui para a gente é um privilégio, extrai tudo dos caras, trocar essas informações com ele. É ser humilde para reconhecer e que vai ter a hora da cobrança – comentou Sandro, que lembra o início de carreira no Fluminense ao lado de jogadores como Thiago Silva:
– Em 2009, cheguei ao profissional do Fluminense, onde fiquei três anos. Tinha o Thiago Silva, Roger Machado, Luís Alberto. São mais de 20 anos jogando bola, desde a base. Era um sonho de criança. A gente tem toda a responsabilidade. As finais, a torcida. Hoje, futebol é o mercado e está gigantesco, mas é um prazer de criança. Esse ambiente do futebol é prazeroso demais. A gente sente muita falta quando está de férias. A gente fica aqui, cansa, esgota a mente, mas sente uma falta danada.