Assim como todo o elenco do Time de Guerreiros, o técnico Abel Braga lamentou a derrota para o Flamengo, em Volta Redonda, no início desta noite. Ciente de que a vitória seria importante para manter a equipe em primeiro e fugir de um encontro com o Botafogo logo na próxima fase, o treinador salientou que não adianta escolher adversário.
– Ser primeiro agora não depende apenas de nós. O Resende será o primeiro se ganhar. Vamos entrar pra vencer. Se tivermos que pegar o Botafogo nas semifinais, vamos pegar. Não podemos escolher. Claro que queríamos ser o primeiro. Esse sempre será o nosso objetivo – disse.
Para se defender das críticas de que o Grêmio não vem se apresentando bem, apesar do grande número de atletas de renome no elenco, o técnico da equipe gaúcha utilizou o Flu como exemplo. De acordo com o treinador, pegando gancho na Libertadores da América, a situação não é das mais simples, tanto que o Time de Guerreiros, melhor equipe do país na temporada passada, ainda não confirmou classificação no torneio continental.
– A equipe, que é campeã brasileira, o Fluminense, ainda não conseguiu a classificação no grupo. Então, nós estamos no caminho certo – disse.
Autor do único gol do Fluminense na derrota em 3 a 1 para o já eliminado Flamengo, o atacante Rafael Sobis não digeriu bem o resultado. Segundo ele, além do Time de Guerreiros não ter entrado com o alerta ligado, todas as tentativas do Rubro-Negro, por mais inofensivas que fossem, davam certo, sobretudo na etapa inicial.
– Primeiro tempo nosso foi muito abaixo, para eles dava tudo certo, eles davam chutão e dava certo. No segundo tempo quando acertamos, tomamos o terceiro gol, que matou o jogo, ainda tivemos chances, fizemos um gol logo em seguida, mas não dava tempo – disse.
“Cada macaco no seu galho”. É mais ou menos assim que funciona o pensamento do Time de Guerreiros, para não misturar Libertadores com o Carioca. Já classificado no Estadual, o meia Wágner crê que a equipe acabou entrando se foco na etapa inicial, frente ao Fla, na derrota por 3 a 1. Para ele, aliás, o clássico já é passado. O atleta destacou que, a partir de agora, as atenções devem estar voltadas para o Caracas.
– Tudo poderia acontecer, mas entramos desligados no primeiro tempo.Agora a gente vai descansar, porque quinta-feira é uma final – frisou.
Considerado o duelo mais charmoso e um dos mais históricos do mundo, o Fla-Flu não atraiu um público a altura do confronto. As chuvas, bem como o local do duelo, contribuíram para que o Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, não lotasse. Ao todo, a partida teve 4.840 pagantes e 5.973 presentes. A renda foi de R$ 129.860,00.
Se engana quem pensa que a derrota deste domingo, para o Flamengo, por 3 a 1, vai diminuir a moral do Time de Guerreiros no confronto da quinta-feira que vem, contra o Caracas, pela Libertadores. Pelo menos é isso o que garante meia Wágner, titular da partida.
– Não vai atrapalhar em nada. Depois temos que rever o que foi feito de bom e de ruim para que não aconteça de novo – disse.
Indignado com a arbitrage do velho conhecido da torcida tricolor, Marcelo de Lima Henrique, o técnico Abel Braga não se conteve quando o juiz marcou mão num lance de Rhayner, no segundo tempo. A partir destas reclamações, o dono do apito expulsou o treinador, que já tinha visto um pênalti mal marcado, na etapa inicial, para o Rubro-Negro.
Quando se encaminhava para o vestiário, o treinador do Flu resolveu “sabotar” a decisão do árbitro. Escondido na escada que dá acesso a parte interna do campo, ele acompanhou o duelo, apesar dos pedidos do quarto árbitro para que saísse do campo.
Entrando no segundo tempo do duelo contra o Flamengo, quando o Rubro-Negro já estava com larga vantagem no placar, o meia Felipe tentou dar mais criatividade ao meio de campo do Time de Guerreiros. Ao final da partida, com a confirmação do 3 a 1 para a equipe da Gávea, o atleta admitiu que o Tricolor entrou em campo sem a vontade devida.
– Acho que a equipe não entrou muito ligada. Por estar já classificada, acabou não dando a importância devida. E num clássico, sair perdendo por 3 a 0 é complicado. Futebol hoje está muito nivelado, tem que ter atenção na bola parada. O time pecou muito no primeiro tempo – salientou.
Se o fim da partida em que o Fluminense perdeu por 3 a 1 para o Flamengo, neste domingo, em Volta Redonda, pode servir de alento para Jean, o início foi justamente o contrário. O volante condenou o mau começo da equipe no clássico, mas lembra que o Tricolor vinha de uma partida duríssima diante do Grêmio no meio da semana.
– Poderia ser diferente (se o Flu entrasse com a postura que terminou). Mas “se” não existe. Viemos de um jogo muito pegado, muito forte contra o Grêmio. Mas não pode essa postura do primeiro tempo. Acabou prejudicando – disse.
Sem culpa nos gols do Flamengo. Ainda fez ótima defesa em chute de Hernane evitando mais um.
Wallace – Nota: 5,5
Foi boa opção no apoio. Atrás, não marcou Ramon no terceiro gol do Flamengo.
Gum – Nota: 3,5
Muito mal na partida. Perdido, não marcou Hernane no lance do primeiro gol do Fla. Ainda errou muitos passes na saída de bola.
(Elivelton, intervalo) – Nota: 4
Entrou mal demais na partida. Levou um banho e várias nas costas.
Digão – Nota: 5
Brigou muito. O que menos comprometeu lá atrás.
Carlinhos – Nota: 5
Começou muito mal no jogo. Cresceu de produção na segunda etapa e deu o cruzamento para o gol de honra do Fluminense.
Edinho – Nota: 4
Mal posicionado em vários lances, não cumpriu bem a função de proteger a defesa.
(Felipe, 25 do 2ºT) – Nota: 6
Sua entrada melhorou muito a qualidade do passe no meio de campo do Fluminense. Distribuiu boas bolas, mas não teve tempo para mudar a história do jogo.
Jean – Nota: 5
Correu como sempre, mas oscilou demais. Algumas boas chegadas na frente e outras sem tanta efetividade.
Wágner – Nota: 5
Foi o único armador do Fluminense durante a maior parte do tempo e, sobrecarregado, pouco produziu. Melhorou após a entrada de Felipe, com quem passou a dividir a responsabilidade pela criação.
Rhayner – Nota: 5
Muita correria. Incomodou os zagueiros do Flamengo com sua velocidade, mas errou a maioria dos lances que tentou.
Rafael Sobis – Nota: 5
Vinha completamente apagado no jogo até descontar escorando cruzamento de Carlinhos.
Michael – Nota: 4
Isolado, levou pouco perigo. Só foi notado em uma cabeçada sem força nas mãos de Felipe.
Entrou com vontade na partida. Correu, partiu para cima da marcação e deu trabalho aos defensores adversários.
Abel Braga – Nota: 4
Cheio de desfalques, optou por poupar mais alguns e entrar com uma equipe mista. Viu o Fluminense ser dominado no início do jogo e conseguiu melhorar o time um pouco no segundo tempo. Porém, não foi o suficiente.