Não precisou de mais de 20 minutos em campo para o meia Felipe, praticamente não utilizado em toda a temporada, ganhar rasgados elogios do técnico Abel Braga. O atleta substituiu Wágner, na última noite, com o intuito de cadenciar o duelo e fez bem o seu papel. Aliás, a maneira como o jogdor vem se comportando mereceu elogios do comandante.

– É muito legal ver essa manifestação dos torcedores. Ele saiu do Vasco como qualquer outro profissional. Em 2005 trabalhamos juntos no Flu, e ele desequilibrou algumas vezes. Mas a torcida não entendeu muito bem sua ida para o Catar. Faz parte da profissão. Tanto que, quando ele foi recontratado, a reação da torcida foi negativa nas redes sociais. Aos poucos ele está mostrando o cara que é. Quando chegou, ele disse que queria retribuir de alguma forma o mal entendido de sua primeira passagem. Agora vemos a torcida pedindo para ele entrar, aplaudindo, ovacionando… Isso só o motiva ainda mais. Felipe já está totalmente à vontade, e fico muito feliz com isso. Se precisar, coloco ele como titular sem problema nenhum – resumiu.

Tendo ficado em campo apenas nos 20 minutos finais da partida diante do Caracas, o meia Felipe celebrou a atuação. Acostumado com São Januário, por conta do grande período que passou defendendo o Vasco, ele enalteceu o estádio, a torcida tricolor e a postura dos comandados de Abel Braga dentro de campo.

– Em São Januário conseguimos jogar junto, a torcida fica mais próxima… O primeiro objetivo foi conseguido, mas ainda tem muito mais – frisou o meia.

Autor do gol que garantiu a classificação do Time de Guerreiros em primeiro lugar de seu grupo na Libertadores da América, o atacante Rafael Sobis celebrou o fato de ter ajudado a equipe na última noite. Ele ainda ressaltou que o Tricolor jogou com o regulamento debaixo do braço.

– Que bom. É bom se sentir importante, num momento importante. Jogamos para classificar, fomos inteligentes. O que vale é o resultado final.

A vitória sobre o Caracas (VEN) por 1 a 0 não só manteve a liderança do grupo 8 para o Fluminense. O resultado também garantiu um caminho, em tese, menos difícil que a maioria dos times brasileiros que disputam a Libertadores.

 
O adversário tricolor nas oitavas de final será o Emelec (EQU). O primeiro jogo será realizado em Guayaquil, à nivel do mar. Passando pelos equatorianos, o Flu espera o vencedor de Olimpia (PAR) e Tigre (ARG).

 
Vislumbrando uma semifinal, os adversário poderá ser Grêmio, Santa Fé (COL), Real Garcilaso (PER) ou Nacional (URU).  Veja o chaveamento:

Leandro Dias

DIEGO CAVALIERI – NOTA 6,5
– Fez uma grande defesa em chute na entrada da área. Mostrou segurança em outros lances.

BRUNO – NOTA 4,0
– Tímido demais no apoio. Errou lances primários, irritando a torcida.

GUM – NOTA 4,0
– Enrolado com a bola, deu sustos no torcedor. Em uma jogada, tentou fazer o que não sabe e o Fluminense quase levou o gol quando a partida ainda estava 0 a 0.

LEANDRO EUZÉBIO – NOTA 4,5
– Um pouco melhor do que Gum, mas também inseguro. Pelo menos não inventou.

CARLINHOS – NOTA 5,0
– Apoiado pela torcida, não fez mau jogo. Porém, pouco contribuiu no ataque.

EDINHO – NOTA 7,0
– Um dos melhores do meio-campo. Combateu com eficiência e praticamente não errou passes.

JEAN – NOTA 7,0
– Motorzinho do time, tentou levar o Fluminense à frente. Não foi brilhante, mas brigou muito.

WAGNER – NOTA 5,5
– Dedicado sem a bola, esteve pouco inspirado na armação das jogadas.

*FELIPE – NOTA 6,0
– Jogou 20 minutos e deu dois bons passes que fizeram a torcida gritar seu nome. Pegou pouco na bola, mas quando o fez, só acertou.

RHAYNER – NOTA 7,0
– Mais uma boa atuação. Perturbou os laterais do Caracas com sua velocidade e luta pela bola. Quase fez um golaço.

WELLINGTON NEM – NOTA 4,0
– Sem ritmo de jogo, produziu pouquíssimo. Correu muito, sem muita objetividade.

*SAMUEL – SEM NOTA
– Entrou na vaga de Nem e quase não tocou na bola.

RAFAEL SOBIS – NOTA 6,0
– Não fez bom jogo. Parecia perdido na função de centroavante. Mas esteve na hora certa para marcar o gol da vitória.

*MONZÓN – SEM NOTA
– Entrou já no fim. Sem tempo para avaliação.

ABEL BRAGA – NOTA 5,5
– Pôs em campo um time leve, mas que teve muitas dificuldades de furar o bloqueio venezuelano. Demorou para pôr Samuel, quando Wellington Nem já estava cansado.

Paulo Brito

Duelo para todos os gostos e sabores. O Fluminense entrou em campo, em São Januário, diante do Caracas, na expectativa de um triunfo para fechar sua participação na fase de grupos na liderança. E, apesar dos pesares, o que inclui a sonolência costumeira, aconteceu. O placar foi magro, mas deixou uma gorda vantagem para o Time de Guerreiros, já que caiu numa chave “mais fácil”, na fase de mata-mata na Libertadores.

Antes do duelo começar, a torcida enchia os pulmões, gritanto “Força Carlinhos”, solidarizando-se com o fato da esposa do atleta ter perdido um filho recentemente. Voltando para o campo, sem muita inspiração, a equipe das Laranjeiras iniciou a partida como se estivesse atuando frente a um time pequeno do Estadual. Parecendo meio sem fome, o Tricolor cadenciava o confronto, mas sofria alguns sustos. Cavalieri teve de trabalhar algumas vezes e tomou dois sustos, com duas bolas no travessão. Rhayner, como vem fazendo nas últimas partidas, roubou a cena com a sua dedicação.

O primeiro tempo foi basicamente um duelo sem sal. As chegadas dos comandados de Abel Braga, sem pressão, não preocupavam tanto assim. E o Caracas, em contra-ataques rápidos, assustava. Wellington Nem chegou até a protagonizar bons lances pelas pontas, mas não conseguia efetivar seus lances, bem marcado.

O Caracas chegou a dar sustos em lances de bola parada. Mas os sustos maiores foram dados pelo goleiro Renny Vega. Sempre atabalhoado para cortar cruzamentos, desguarneceu por vezes a baliza. No entanto, fez o milagre quando solicitado. Saiu mal, como de costume, mas voltou a tempo de evitar o que parecia já estar decretado. Leandro Euzébio só poderia lamentar a defesa.

O gol veio num bola que sobrou para Sobis, praticamente um lance de sorte, na segunda etapa. depois de rebatidas. Com o oportunismo apurado, o atacante chutou cruzado, abrindo o placar. Entre um ataque e outro, os comandados de Abel ajudavam a aumentar os batimentos dos torcedores. Cabezas cruzou todo torto, parecia mandar na lua, mas a bola caiu no travessão. Depois, Cure recebeu na área e bateu no cantinho. Diego Cavalieri salvou. Felipe ainda entrou no lugar de Wagner para cadenciar a partida. Jean quase ampliou. Houve um bate-rebate na área, mais uma chance para marcar, mas a classificação estava garantida com o 1 a 0. E foi isso. Que venha o Emelec agora!