Destaque do Vitória neste semestre, Maxi Biancucchi conhece bem o time do Olimpia. Ex-jogador do clube paraguaio, o primo de Messi, com passagem pelo Flamengo, não tem dúvida para quem torcerá nesta quarta-feira.
– É um time com história na Libertadores, a torcida empurra muito. Conhecendo também a qualidade que o Flu possui, tem de vencer. O Olimpia possui um camisa 10, o uruguaio Salgueiro, seu principal jogador. Bareiro, que vai bem no jogo aéreo. Vai ser um lindo jogo. Fluminense é um time que eu gosto. Naquela época (do Flamengo) era rival. Mas tenho um carinho muito grande pelo Olimpia. Vou torcer e tomara que possa passar de fase.
Contagem regressiva para Fred. Faltam cinco jogos para o torcedor tricolor soltar o grito de campeão da Libertadores. Para o atacante, também está em jogo a disputa da Copa das Confederações, passaporte para o Mundial de 2014. Por isso, a temporada tem sido diferente para o capitão do Fluminense.
– Este é o ano em que estou mais focado, que tenho de me cuidar mais. E quando acontece algum tipo de imprevisto, de lesão, é preciso ter uma dedicação acima da média também. Me cuidando com alimentação, fisioterapia, com tudo, para quando voltar, voltar melhor e não perder tanto – comentou Fred.
Capitão e porta-voz do Fluminense, o camisa 9 Fred não demonstra temor em ter de encarar um Defensores del Chaco lotado. Os bons jogos do Tricolor fora de casa e a experiência do grupo dão ao atacante a expectativa de um grande resultado. Diferentemente de Abel, diz que o jogo é o mais importante do ano até aqui.
– O Fluminense é calejado, bem maduro, e que faz os jogos fora de casa muito bem, sabe levar essas situações. Vamos lá para fazer a partida da nossa vida – afirmou
Com 21 gols, o Olimpia é o segundo time que mais marcou na Libertadores. No entanto, o que se viu na última quarta-feira foi uma equipe retrancada, que não ameaçou o Fluminense uma vez sequer. Rafael Sobis avaliou essa mudança de postura.
– Pra atacante é horrível (a retranca). Mas existe uma contradição. Antes daquele jogo era um time ofensivo, que fazia muitos gols, atacava bastante. O que aconteceu foi o detalhe nosso de não fazer um gol, pois jogamos muito bem. Controlamos bem uma equipe que é considerada favorita pelo que fez na primeira fase. Temos que tentar fazer igual, controlar o jogo, fazer o que treinamos e marcar os gols.
Mais de 35 mil pessoas são esperadas nesta noite de quarta-feira no Defensores del Chaco. Nada que intimide os jogadores do Fluminense, em especial Rafael Sobis. Acostumado a grandes decisões, revelou que um dos objetivos é pôr a torcida do Olimpia contra a própria equipe paraguaia
– Torcida depende muito do que se faz dentro do campo. Se nosso time fizer um bom jogo, tentar tomar a iniciativa, a torcida fica contra. E quando o time vai por conta da torcida, muitas vezes faz as coisas erradas, esquece o que tem de fazer. Vamos tentar botar a torcida contra eles e jogar bola. Independentemente de 5, 10 ou 100 mil pessoas vamos jogar da mesma forma – garantiu.
O futebol bonito que imprensa e torcida esperam do Fluminense pode não aparecer na Copa Libertadores. Edinho sabe da importância que é fazer uma partida de espetáculo, mas está preocupado apenas com as vitórias.
– Falam muito sobre isso, mas chegamos na final de Carioca, quartas de final da Libertadores. Jogar bonito todos querem, mas se o resultado final não for a vitória, não adianta nada. A cobrança vai ser igual. Claro que sabemos que temos que melhorar, mas o Fluminense vai jogar o básico para poder vencer – afirmou.
No primeiro confronto contra o Olimpia, dois jogadores em especial fizeram muita falta ao Fluminense, na opinião de Abel Braga. Avaliando o video tape da partida, o técnico revela que o time seria outro com Deco e Thiago Neves.
– Pelo que foi visto no jogo passado, dois atletas seriam muito importantes pela maneira que foi o jogo. Não poderia falar isso antes. Cheguei em casa, fiquei até três e meia da manhã revendo a partida e o Deco e Thiago fizeram uma falta terrível. O Thiago lá na frente é matador, artilheiro. E o Deco é o jogador que tem mais facilidade do meio-campo para fazer a virada de jogo. Essa foi uma das coisas que pecamos e treinamos muito nas Laranjeiras – afirmou.
O embate entre Olimpia e Fluminense, realizado pela primeira vez na última quarta-feira, entrou para a história. O confronto marca o encontro de dois clubes pioneiros em seus países.
Fundados em 1902, Olimpia e Flu são separados por apenas quatro dias. Em 21 de julho nascia o Tricolor, então cinza e branco, através do filho de inglês Oscar Cox, na Rua Marquês de Abrantes, número 51. Em 25 de julho, o holandês Don Willians Paats, fundou o Olimpia coma ajuda de jovens que aderiram ao futebol no Paraguai.
– O Olimpia é o maior clube do Paraguai. Quando se fala do futebol paraguaio, não tem como se desvencilhar do Olimpia. É o campeão absoluto do país e do continente. Se não fosse Paats e sua turma, o Paraguai estaria bem atrasado, futebolisticamente falando – disse o repórter e historiador do Diário ABC Color, Eduardo Navarra.
Para Carlos Malta, historiador da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, a chegada do Fluminense trouxe novos rumos ao esporte nacional.
– A fundação do Fluminense foi um marco para o futebol brasileiro. A importância que o clube tem é muito grande. Ali começou o processo de profissionalização. Todos clubes que engatinhavam seguiram os passos do Flu e hoje o Brasil é a potência que vemos – disse Malta.
Mesmo derrotado pelo Tigre por 2 a 1 no primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores, o Olimpia não se atirou em busca do resultado em casa. Por isso, Abel Braga não crê em uma partida aberta nesta quarta. Mas não perde as esperanças.
– Tem que ser pelo menos um pouquinho diferente, porque senão frustra o torcedor. Normalmente uma equipe que é talhada para defender quando sai mais sofre problemas. Tomara que saia. Seria bom. Tornaria o jogo mais atrativo – disse.
Embora Abel Braga tenha tirado a pressão do jogo contra o Olimpia, vem trabalhando forte para colocar o Fluminense nas semifinais da Libertadores. O volante Edinho, homem de confiança do técnico, revelou que a comissão vem estudando uma maneira de decifrar o adversário.
– O Abel estudou muito e quebrou a cabeça com o Leomir. Passou algumas coisas legais, pediu para virar a bola mais rápido e acredito que tem tudo para dar certo. Jogamos por uma bola só, se fizermos um gol estamos dentro, temos que ser uma equipe madura, não sofrer muito e as chances que tiver no ataque tem que aproveitar – afirmou.