O relatório que causou a interdição do Engenhão apresentado pela empresa alemã Schlaich, Bergemann und Partner (SBP) foi contestado pela Building Research Establishment, da Inglaterra (BRE). O grande ponto de divergência entre os dois cálculos diz respeito à segurança da estrutura em caso de ventos muito fortes no Rio de Janeiro.
Segundo a canadense RWDI, responsável pelo laudo de 2004, haveria riscos – mas não de colapso – apenas em casos de ventos acima de 115 km/h. O parecer da SBP, no entanto, aponta que já há perigo se os ventos atingirem 63 km/h. Para D’Alambert, o novo relatório deixa clara a falha de avaliação dos alemães. Inclusive, ele cita ventos tão fortes quanto os desta segunda-feira no Rio, que atingiram 90 km/h, sem qualquer registro de dano no Engenhão.
– Fica claro que houve grande equívoco na avaliação da ação do vento, comprovado pelo relatório da certificadora inglesa. Na prática havia algo estranho, pois em pesquisa constatei uma média de 40 eventos anuais com ventos de rajada superiores a 60 km/h, sendo que nos últimos 90 dias foram seis casos na cidade do Rio de Janeiro, tendo no dia 9 de março sido registrado 106 km/hora e no dia de hoje (segunda-feira) 96 km/h. Portanto a conclusão de que o vento considerado no projeto original estava errado não tem fundamento teórico e tampouco prático – diz o projetista da cobertura do Engenhão.