Se o Fluminense passar pelo Olimpia, uma dúvida aparece sobre onde o clube mandará seu jogo na semifinal da Libertadores. Porém, Abel Braga acredita fortemente na possibilidade de ter o Maracanã para a competição internacional e também para o Brasileiro. O técnico também considera vantajoso para a empresa administradora do estádio ter partidas lá.
– Nem passou pela minha cabeça. Nós vamos ter, não é possível. O Maracanã tem que ser usado, os clubes têm que jogar. Até para quem vai administrar é vantajoso. Nós temos o Campeonato Brasileiro, vamos ter o primeiro jogo contra ao Atlético-PR em Macaé. Provavelmente os outros dois também vão ser. Mas eu não posso falar, não estou a par (da possibilidade de o Maracanã não ser cedidos aos clubes do Rio após a Copa das Confederações) – disse.
A BDO Brazil, empresa de auditoria e consultoria divulgou o resultado de um levantamento sobre os dez clubes mais endividados do país. O Flamengo é o líder do ranking, seguido de Botafogo e Fluminense, respectivamente.
A dívida total do clube da Gávea é de R$ 741,7 milhões. O Botafogo possui R$ 613,8 milhões de débitos e o Tricolor, R$ 434,8 milhões.
Porém, o clube que mais viu sua dívida crescer foi o Palmeiras. Passou de R$ 68,3 milhões em 2008 para R$ 287,3 milhões. O Vasco foi o mais estável. O crescimento do passivo foi de 19% % (de R$ 344,7 milhões para R$ 410 milhões).
O período que antecedeu sua volta ao Fluminense e os momentos turbulentos logo em sua chegada foram comentados por Abel Braga. O técnico lembrou aquela ocasião e afirmou, sem modéstia, que a diretoria tricolor agiu certo por tê-lo mantido no cargo.
– Eu cheguei aqui em junho de 2011. O Fluminense ficou esperando três meses terminar meu contrato nos Emirados Árabes. Eu cheguei aqui e tomei pancada um mês, queriam me mandar embora. Não mandaram, e eu acho que eu ganhei, mas o clube ganhou mais ainda, porque conseguimos chegar à Libertadores, fizemos uma boa Libertadores em 2012, ganhamos o Campeonato Carioca, fomos campeões brasileiros. Agora estamos fazendo novamente uma boa Libertadores, chegamos em uma semifinal de Taça Guanabara e final de Taça Rio – disse.
Aproveitando o gancho, Abel Braga opinou sobre a política dos clubes brasileiros de demitir treinador baseado nos resultados.
– Mudar por mudar, isso é para pagar impacto. Esse negócio de derrota tirar treinador, isso é para tirar a responsabilidade de dirigente que não organizou bem. Se você contrata o treinador, forma a equipe da maneira que o treinador pediu, daqui a pouco os resultados não vêm e você manda o treinador embora, você está passando o atestado de incompetência também para você, diretor, porque não está confiando naquilo que você programou, que você criou como projeto. Às vezes leva um pouquinho de tempo.
Após os ataques de Rubens Lopes, o Fluminense, por intermédio de seu vice-presidente de futebol, se pronunciou. Sandro Lima rebateu as declarações ofensivas do dirigente máximo da Federação de Futebol do Rio e detonou a fórmula de disputa do Estadual.
– Lamentavelmente, o presidente da Ferj se pronunciou desse jeito. Como ele pode dizer que não prestigiamos o campeonato se escalamos os titulares no clássico contra o Flamengo, depois de enfrentarmos o Grêmio em Porto Alegre? Se jogamos no escuro contra o Bangu, já que Moça Bonita, apesar do bom gramado, não possui iluminação para receber jogos à noite? O Carioca é muito importante para nós, mas o que repudiamos é a fórmula atual. A competição é ruim e quem falar o contrário estará mentindo – criticou Sandrão.
Nomeado pelo Comitê Organizador Local e pela Fifa, Michael Simoni, ex-vice-presidente médico do Fluminense, assumiu a Coordenação de Saúde da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, na sede Rio. A informação é do colunista do jornal “O Globo”, Renato Maurício Prado.
A faixa símbolo da luta contra o rebaixamento está de volta aos estádios. Ela foi vista nas Laranjeiras na última terça-feira e, desta vez, com um aditivo. Veja:
Ainda sem poder contar com o Maracanã, Fluminense e Flamengo atuam em campos emprestados. Abel Braga lamenta a situação dos clubes, mas já vislumbra o seu tricolor atuando no outrora maior do mundo, totalmente reformulado.
– Para Flamengo e Fluminense faz falta de maneira absurda. Sempre foi o palco de grnades jogos e, principalmente, a casa de Fluminense e Flamengo. O fator casa agora predomina, pelo que soube. Essa largura do campo, padrão Fifa, porém, privilegia quem defende, mas ao mesmo tempo me falaram que o eco que vem das cadeiras é sensacional. Então, isso passa a ser algo positivo – opinou Abel.
De acordo com engenheiros que trabalharam nas obras do Maracanã, foram feitos testes para que a acústica do estádio melhore, possibilitando que o som chegue com mais clareza aos ouvidos da plateia presente.
Bicampeão brasileiro e campeão carioca, Leandro Euzébio é um dos jogadores mais vitoriosos do elenco. Neste ano, mais quatro títulos poderão ser conquistados e, assim, gravar de vez seu nome na rica história tricolor.
– Tudo o que passei aqui muitos não passaram. Ser campeão brasileiro duas vezes é uma coisa gratificante. Para mim, não só pelos títulos mas por tudo que fiz no Fluminense vou ficar marcado. Fiz o primeiro gol do Fluminense em Brasileiro, gol que deu a liderança. Isso só tem a engrandecer. Esse clube é muito importante na minha vida. Só agradeço a diretoria e vou brigar por essa Libertadores para poder entrar em mais uma história pelo Fluminense – declarou o camisa 4.
Quando a Copa Libertadores não era transmitida para o Brasil, choviam reclamação de jogadores quanto à violência dos adversários sul-americanos, torcida e gramados ruins. Passados mais de 30 anos, o cenário, de acordo com Abel Braga, mudou pouco. O treinador do Fluminense critica a competição mais importante do continente.
– Não vejo evolução. Lamentavelmente, não vejo evolução. Só nos meus tempos de jogador eu vi um campo tão ruim como aquele do Caracas (adversário do Flu na primeira rodada da Libertadores deste ano), nunca tinha visto nada igual. Enquanto houver em uma Libertadores, na nossa Champions League, altitude, campo sintético, esse tipo de arbitragem… Enquanto tiver isso, não vai melhorar nada. O que você vê na América do Sul é que muitos países estão evoluindo. O futebol colombiano e o venezuelano evoluíram muito e estão fortes, mas não estão melhores porque, de repente, o Caracas, que é uma equipe boa, joga naquele campo. Eles jogaram melhor em São Januário do que no próprio estádio deles. O Huachipato venceu o Grêmio no Sul (também pela primeira rodada da Libertadores deste ano). Eles estão evoluindo, mas, ao mesmo tempo em que evoluem, você tem que jogar em altitude, campos ruins, campo sintético… Isso tinha que ser abolido – disse Abel, esmiuçando o problema da altitude:
– Nós tínhamos ficado felizes com aquele decisão da Conmebol, da Fifa, de que não ia jogar mais em altitude, mas aquilo durou uma semana e foi imediatamente abolido. Enquanto continuar isso, a dificuldade é dos clubes brasileiros, que tecnicamente são melhores, e 60% da receita é feita pelos clubes brasileiros, pela televisão brasileira. No fundo somos nós os prejudicados.
Libertadores é guerra! O mantra adotado por alguns torcedores, nem sempre é o que e vê em campo. O zagueiro do Fluminense, Leandro Euzébio, inclusive, não acredita em clima hostil do Olimpia para o confronto das quartas de final.
– Depende da característica do jogo. O Olimpia não é um time que tem característica de bater. Tem jogo que realmente é uma guerra. Mas acredito que esse jogo não deve ser – opinou.