O Fluminense tem estudado o Volta Redonda desde o último fim de semana, quando garantiu o primeiro lugar do grupo B. O adversário pelas semifinais da Taça Rio preocupa, mas não crê em muitas surpresas neste domingo.
– Sempre estou de olho. Assim como analisei o Volta Redonda, eles também vão estar nos analisando. Não tem mais segredo não. Todo mundo analisa todo mundo – disse o técnico Abel Braga.
Trinta e três jogadores foram convidados para participar do amistoso festivo entre Amigos de Bebeto e Amigos de Ronaldo que marca a reabertura do Maracanã. Dentre eles, 10 já tiveram passagem pelo Fluminense.
São eles: Zetti, Renato Gaúcho, Marcão, Lira, Alexandre Torres, Ricardo Rocha, Ailton, Valber, Roger (ex-meia) e Romário. O deputado federal, entretanto, é dúvida. Confira a lista completa dos convidados.
Pivôs de uma polêmica ao lado do goleiro Lugão, o lateral-direito Schneider e o atacante Léo Guerra, oito anos depois, falam sobre a decisão do Estadual. O trio foi acusado de já ter sido negociado com o Fluminense antes da final do Carioca, desestabilizando o Volta Redonda. Schneider, hoje no Paranavaí-PR, relembra.
– Sempre fui muito profissional. O contato realmente aconteceu durante a semifinal. Meu empresário me avisou, mas disse que era para eu não pensar nisso e continuar jogando normal. Ele ressaltou que eu me valorizaria ainda mais em caso de título. Também conheço o Lugão, e ele nunca faria algo assim. Acabou respingando mais nele por causa do lance do último gol, mas foi uma fatalidade – garantiu o jogador.
Já Léo Guerra, amigo pessoal do técnico Abel Braga, diz que não estava negociado com o Tricolor.
– Tenho amizade com o presidente do Volta Redonda até hoje. Ele sabe que eu nunca faria isso. Quem me acompanhou naquela época sabe o quanto eu queria jogar o segundo jogo. Passei a semana indo para o hospital por causa de uma amigdalite. Tomei muito remédio na veia. Os médicos eram Flamengo e queriam que eu jogasse o tempo todo (risos). Pedi para jogar, mas não deixaram. Fiquei no banco de reservas mesmo com febre. E a proposta do Fluminense só apareceu depois do final. Tanto que o acerto só aconteceu duas semanas depois – lembrou o ex-atacante, que hoje defende o Vasco no Showbol.
Artilheiro do Fluminense na temporada 2005 com incríveis 33 gols, Tuta foi um dos heróis na decisão do Carioca. O atacante grandalhão subiu com Lugão, do Volta Redonda, cabeceou a bola no travessão e, no rebote, ela bateu em Ailson e entrou. Os jogadores do time preto e amarelo reclamaram de falta no lance, mas o então camisa 9 do Tricolor nega.
– Não foi falta. O goleiro saiu errado e eu cabecei sem nem encostar nele. Pode rever o lance do vídeo. Na verdade, até hoje nem sei se o árbitro marcou gol contra na súmula – afirmou Tuta, atualmente no Barra da Tijuca-RJ.
Homem de referência do Volta Redonda em 2005, Túlio, artilheiro do Estadual daquele ano, relembrou a finalíssima do Carioca com o Fluminense. Na opinião do centroavante, ainda em atividade, faltou humildade à equipe da Cidade do Aço.
– O Fluminense começou atropelando. Todos achavam que ia ser goleada. Mas viramos. E tomamos aquele gol do Tuta já quase no final. Aquela bola acabou com a gente. Sabíamos que poderia custar o título no fim, que foi o que aconteceu. Perdemos o título naquele lance. Respiramos a decisão por uma semana. Mas depois de abrir o placar cometemos o mesmo erro do Fluminense no primeiro jogo após fazer 2 a 0. Relaxamos. Achávamos que já éramos campeões – lamentou o atacante.
O Maracanã será reaberto neste sábado em partida festiva. Embora o sentimento de nostalgia e emoção tome conta de muita gente, não há como esquecer os gastos para reformar o outrora maior estádio do mundo. Os valores já atingiram R$ 1,6 bilhão – oriundos de verba pública – e pode aumentar.
De acordo com a atualização feita pelo site de acompanhamento das obras da Copa do governo federal, em novembro, só o estádio consumiu R$ 883 milhões. A esse valor, soma-se R$ 594 milhões de obras que serão realizadas entre 2014 e 2016, e R$ 109 milhões do projeto de urbanização do entorno do complexo.
Bom lembrar que o Maracanã que será reinaugurado hoje não está 100% concluído. Seu entorno, especialmente, ainda apresenta muito entulho. A ala Oeste, onde ficarão as cabines de imprensa e a Tribuna de Honra, por exemplo, ainda passa por ajustes finais de acabamento, como instalação de fiação elétrica, vidros, mobiliário, dentre outros.
