Afastado dos gramados temporariamente, após ser pego no doping devido ao uso de cocaína, o atacante Michael foi homenageado por Fred, ao final do jogo. Líder do grupo, o centroavante dedicou o triunfo para a jovem revelação.

– Dedico essa vitória ao Michael, que é um garoto super do bem. O grupo inteiro está apoiando ele, é um moleque super do bem, que infelizmente caiu nesse lado negro, mas já foi resgatado – disse.

Tendo ditado o ritmo do setor de criação do Fluminense, no duelo contra o Emelec, na última noite, pela Libertadores da América, o meia Wágner manteve o discurso sereno, na saída do gramado, mesmo com a classificação confirmada. Para ele, tanto faz qual seja o adversário do Flu na próxima fase – sairá do confronto entre Tigres-ARG e Olimpia-PAR.

– O que vier a gente vai se preparar da melhor maneira para vencer – disse.

O grande número de faltas no duelo entre Fluminense e Emelec – por parte dos equatorianos – teve como consequência duas expulsões dos visitantes. Ciente desse “espírito de Libertadores” que acomete as equipes da América do Sul, o meia Thiago Neves afirmou que o Time de Guerreiros entrou em campo para jogar bola, ao contrário do adversário.

– Eles já estavam perdendo o jogo e é óbvio que tentariam fazer algo diferente para nos provocar, mas a gente entrou em campo para jogar bola e conseguimos.

Melhor em campo no duelo contra o Emelec, que terminou em 2 a 0 para o Flu, sendo um dos gols marcados por ele, o lateral-esquerdo Carlinho saiu de campo ovacionado pelos torcedores. Sem esconder a alegria, ele mandou o seu “muito obrigado” para a torcida verde, branca e grená.

– Isso ai não tem comparação, só tenho a agradecer – disse.

Com o Maracanã e o Engenhão sem liberação para jogos, o Fluminense mandou a sua partida diante do Emelec em São Januário. Embora o estádio não estivesse lotado, a torcida verde, branca e grená ditou o ritmo do confronto, cantando sem parar. Impressionado com a forma que a torcida ajudou o time, o técnico Abel Braga não poupou elogios.

– A torcida foi fantástica, ajudou todo mundo – disse no fim da partida.

Dia de festa em São Januário. Empenhada em incentivar o Time de Guerreiros, o show da torcida começou na chegada da equipe ao campo do Vasco, fazendo uma espécie de corredor. A saudação parece ter dado certo: se faltou brilho dentro de campo, sobrou raça e dedicação.

O técnico Abel Braga promoveu as entradas de Fred e Thiago Neves entre os titulares, no intuito de repetir o sistema ofensivo que deu o tetracampeonato brasileiro ao Tricolor na temporada passada. Rhayner, que vinha sendo titular, foi sacado. Num primeiro momento, a equipe das Laranjeiras pressionou. Do lado do Emelec, faltas e mais faltas, tentando parar o jogo a qualquer custo. A arbitragem, para variar, preocupava por não ser rígida desde o início.

Aposta do técnico, Thiago Neves pecava, errando muitos passes, atuando de maneira centralizada. Pela esquerda, Wágner fazia boas jogadas com Carlinhos, mas acabava errando o último passe. Falando em bolas equivocadas, quem ninguém cometia mais pecados do que Edinho e, sobretudo, TN10. Numa bobeirada, o meia deu um presente para os equatorianos, que quase abriram o placar, num contra-ataque rápido. O jogador se redimiu em seguida, cabeceando firme para o gol, obrigado o goleiro adversário a fazer grande.

Com 28 minutos jogados, Jean cobra falta em direção à pequena área e o atacante tricolor desvia de cabeça, abrindo o marcador e levando ao delírio a torcida em São Januário.

É importante destacar a atuação de gala de Carlinhos, tanto na primeira etapa como na parte complementar do jogo. Ainda recebendo muitas faltas, o Tricolor esbarrava sempre na falta de sorte e na pontaria. Mas no segundo tempo as emoções foram diferentes para ambos os lados.

Depois de tantos pontapés e sopapos, o árbitro resolveu assinalar as faltas no segundo tempo. com a vantagem a seu favor, o time passava por sustos desnecessários. Por um momento, Emelec parecia senhor do jogo, chegando bem ao ataque. Porém, as expulsões, justas – diga-se de passagem – de dois atletas equatorianos deu mais espaço ao Time de Guerreiros. Carlinhos foi agraciado com um gol, depois de bela jogada de Rhayner, faltando 10 minutos para o fim da partida. Não havia mais o que fazer para os equatorianos, jogando na base do desespero. Se tivesse um pouco mais de calma, o Tricolor teria ampliado a fatura. Ficou nisso: 2 a 0. Que venha Tigres ou Olimpia agora!

O Fluminense virá com força máxima contra o Emelec (EQU). O técnico Abel Braga já definiu a escalação para o jogo desta quarta-feira, pela Copa Libertadores, e confirmou as presenças do meia Thiago Neves e do atacante Fred entre os titulares. Com Wellington Nem, eles reeditam o trio de ataque campeão brasileiro no ano passado.

O Fluminense começa a partida em São Januário com a seguinte escalação: Diego Cavalieri; Bruno, Digão, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean e Wágner; Thiago Neves, Wellington Nem e Fred. No banco de reservas estarão as seguintes opções: Ricardo Berna, Gum, Monzón, Diguinho, Felipe, Rhayner e Samuel.

Na chegada da delegação ao estádio, o ônibus foi cercado pelos torcedores tricolores. Eles realizaram uma espécie de corredor humano, na tentativa de incentivar o time ao máximo. O Flu precisa de uma vitória simples ou por dois gols de diferença para avançar às quartas de final da Libertadores. Um empate favorece o time equatoriano. Um novo 2 a 1 leva a disputa para os pênaltis.