Um dos temas de maior polêmica no meio do futebol, os direitos econômicos dos atletas, serão tema de discussão no Congresso Internacional de Direito Desportivo Contemporâneo. O encontro, patrocinado pelo Fluminense, Internacional e Grêmio, acontecerá nesta quinta e sexta-feira e terá a presença do diretor jurídico da Conmebol, Gorka Villar.
Os presidentes do Fluminense, Peter Siemsen, do Grêmio, Fábio Koff e do Inter, Giovanni Luigi, explanarão a situação dos clubes na sexta-feira.
A Uefa, confederação europeia, entende que existe uma disparidade entre negociações em vários países. Na Inglaterra, por exemplo, a comercialização dos direitos econômicos é proibida, e em Portugal não. No entendimento da entidade, o Porto (POR) precisaria pagar menos para ter um jogador que o Manchester United (ING), violando o Fair Play financeiro criado pela Uefa. O advogado brasileiro Daniel Cravo rebate o argumento da Uefa. Ele estará presente no congresso:
– A Uefa coloca que o dinheiro sai do futebol, mas antes tem um dinheiro que entra no futebol e que não existia. Além disso, quando o investimento é realizado, volta ao futebol. Ninguém deixa de investir em algo que dá resultado. Não me convence. Outra é a questão que facilitaria a manipulação de resultados, mas há muito mais coisas antes para analisar, como as apostas. E por fim o argumento mais apelativo, que diz que é o retorno a escravidão. O Neymar prova aí que não é isso. Os investidores ficam sujeitos ao clube e ao jogador – disse.
Vários clubes brasileiros se posicionaram contra a extinção dos direitos econômicos. Além do Fluminense, América–RN, Portuguesa, Avaí, Botafogo, Vasco da Gama, Náutico, Flamengo, Cruzeiro, Desportivo Brasil, Juventude-RS, Vitória, Grêmio, Guarani, Nova Iguaçu, Paraná Clube, Santos, Palmeiras, Caxias-RS, Internacional e União São João de Araras.