Bicampeão brasileiro com o Fluminense, Carlinhos mostra-se totalmente confiante em uma recuperação da equipe rapidamente. O lateral-esquerdo, inclusive, lembra da campanha do tricampeonato em 2010, quando o Tricolor teve um começo difícil e depois se reabilitou, arrancando para o título.
– Quando cheguei em 2010, o Fluminense não estava numa situação boa. Muricy estava montando o time e ninguém acreditava naquela época que fôssemos campeões brasileiros, depois de 26 anos – lembra.
Em busca da reabilitação no Campeonato Brasileiro, o Fluminense vai à Arena do Grêmio, domingo, para tentar bater o time da casa. E a equipe tricolor precisará quebrar também um jejum nos confrontos recentes com o adversário desta partida.
A última vitória do Fluminense diante do Grêmio aconteceu no Brasileiro de 2011 em uma partida épica no Engenhão. O Tricolor das Laranjeiras venceu aquele jogo por 5 a 4 com quatro gols de Fred e um de Rafael Sobis num jogo de várias viradas no placar.
De lá para cá, já foram quatro confrontos com dois empates e duas derrotas. Pelo Brasileiro do ano passado, os gaúchos venceram em casa por 1 a 0, ainda no Olímpico, e arrancaram um empate por 2 a 2 no Engenhão (Digão e Sobis marcaram para o Flu).
Na Libertadores deste ano, o Grêmio surpreendeu o Fluminense com uma vitória por 3 a 0 no Engenhão (com direito a gol impedido de André Santos) e, com a ajuda da arbitragem (que anulou gol legítimo de Rhayner), segurou empate de 0 a 0 no Sul.
O momento do Fluminense é ruim. Mas, se depender da confiança de Abel Braga, isso vai passar logo. O técnico vem tentando passar confiança ao grupo e, sentindo a reciprocidade, aposta que todos correrão por ele no jogo de domingo, contra o Grêmio, na Arena.
– Não posso, em momento algum, passar para eles que não acredito. Acredito sempre. É isso que eles sentem comigo. Ali dentro, há cobrança e nós dividimos. Dali para fora, a responsabilidade é toda minha. Sei que meus jogadores vão correr por mim. Tenho certeza que vamos sair dessa situação – disse.
Se no discurso Abel Braga segue blindando o grupo do Fluminense, internamente, o técnico tem aumentado o tom das cobranças no dia a dia no clube, diz reportagem do site Uol.
Errando muito individualmente, a equipe está numa sequência de quatro derrotas no Campeonato Brasileiro. Após a derrota contra o Internacional por 3 a 2 em Macaé, por exemplo, o treinador não deixou de expor o seu descontentamento.
– Houve falha individual e falei com os três (Diego Cavalieri, Digão e Gum). Estão fazendo gols de forma muito fácil na gente, numa defesa que foi a menos vazada no ano passado – afirmou na ocasião.
Já no revés por 3 a 1 diante do Vasco, Abel voltou a ressaltar a necessidade de corrigir os erros no setor defensivo.
– São falhas pontuais, que não podem acontecer. Às vezes tem que dar chutão. Tomamos novamente um gol fácil. Oferecemos o gol ao adversário e isso passa um pouco de nervosismo ao time – opinou.
Sem vencer há quatro jogos no Campeonato Brasileiro, Abel Braga entende que o lado psicológico tem atrapalhado aos jogadores do Fluminense. Por uma virada, o técnico entende que o time é bom o suficiente para se recuperar, mas ressalta também a dificuldade de enfrentar o Grêmio na Arena.
– (O psicológico) Tem pesado, né?! Não podemos entrar em campo com ansiedade. Pode acontecer de ser o quinto jogo sem vencer. Mas podemos chegar lá e vencer porque temos time para isso, e a coisa dar uma virada. Nós pensamos muito, conversamos muito e nos analisamos muito. Cansei de falar para eles essa semana: “nosso time é muito bom” – afirmou.
O Fluminense enfrenta o Grêmio, neste domingo, fora. Pelo adversário e com o fato da partida ser na Arena, já poderia ser considerada uma pedreira. Mas nada que espante Abel Braga. Na opinião do técnico tricolor, o jogo não fica mais difícil por ser longe de casa. Em sua visão, toda partida do Brasileiro tem suas complicações.
– A dificuldade é a mesma dentro e fora de casa. Não vejo só pelo adversário ser um grande time. No Brasileiro, os jogos são complicados independentemente de ser time grande ou médio. Não tem pequenos – define.
Mesmo com o Fluminense em péssimo momento no Campeonato Brasileiro, Renato Gaúcho prega grande respeito ao Tricolor. Adversário no jogo de domingo, na Arena, o técnico do Grêmio destaca o entrosamento da equipe carioca.
– Não podemos considerar o jogo uma barbada. O Fluminense tem o nosso grande respeito. É uma grande equipe, que joga junto há muito tempo – comentou.
Com quatro derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro, Abel Braga não quer a equipe do Fluminense entrando contra o Grêmio, domingo, na Arena, com ansiedade. O técnico entende que qualquer resultado fora de casa numa partida contra o Tricolor gaúcho pode acontecer e, justamente por isso, pode marcar a arrancada do Time de Guerreiros rumo à recuperação.
– Não podemos ir para dentro de campo com ansiedade. Temos de fazer jogo por jogo. Esse tipo de jogo é bom, qualquer resultado que acontecer é normal. Podemos chegar lá, vencer com total tranquilidade e a coisa dar uma virada – projeta.
Cria das divisões de base, Wellington Nem foi um dos grandes nomes do Fluminense na conquista do título brasileiro de 2012. Neste ano, não conseguiu repetir as atuações e acabou negociado com o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Em entrevista à Revista Placar, o atacante falou sobre a saída do clube, seus planos para o futuro e mais.
Confira aqui a íntegra:
Não acha que o seu ciclo no Fluminense se encerrou muito cedo? Acha que tinha mais lenha para queimar nas Laranjeiras?
Eu gostaria de ficar. A eliminação na Libertadores (ante o Olimpia) foi um baque muito grande. Fiquei triste. A proposta do Shakhtar foi boa. Sai por outras coisas também.
Teve problemas com diretoria, torcedores?
Depois da eliminação (na Libertadores), a torcida passou a me vaiar. A diretoria não aumentou o meu salário. Eles não dão muito valor à base. Mas um dia eu volto.
De cara, o que te chamou a atenção no Shakhtar?
Eles têm um dos melhores CT’s do mundo, uma estrutura fantástica. O estádio (Donbass Arena) é muito bonito. Tenho certeza de que fiz a escolha certa.
O fato de o Shakhtar já ter nove brasileiros em seu elenco contribuiu para o negócio vingar?
Sem dúvida. A presença dos brasileiros contribuiu 50% para a minha ida. Eles me ajudam muito. Além disso, o Shakhtar é sempre campeão ucraniano e disputa todo ano a Liga dos Campeões.
No Fluminense, você se destacou atuando aberto pela direita do ataque. Já conversou com o técnico Mircea Lucescu sobre o seu posicionamento em campo?
Não precisou. Ele me viu jogando pelo Fluminense. O Shakhtar joga com uma linha de três meias, e eu sou o jogador que fica pelo lado direito. A diferença é que o Flu joga mais avançado, e aqui eu jogo um pouco mais recuado. Não terei problemas com isso.
Vê o Shakhtar como um trampolim para um clube de maior envergadura na Europa dentro de alguns anos?
Tenho cinco anos de contrato e quero cumpri-lo. Não penso em sair. No futuro, quem sabe, eu possa jogar num clube como o Real (Madrid) ou o Barça. Todo jogador sonha com isso. Mas agora tenho que pensar em jogar no Shakhtar.
Bastaram 28 minutos em campo para você marcar logo em seu primeiro jogo pelo Shakhtar. Que nota dá para a sua estreia?
(Pensativo) um 8,5… não, 8. Estava voltando de contusão, então acho que foi de bom tamanho.