Mesmo com o Fluminense em péssimo momento no Campeonato Brasileiro, Renato Gaúcho prega grande respeito ao Tricolor. Adversário no jogo de domingo, na Arena, o técnico do Grêmio destaca o entrosamento da equipe carioca.
– Não podemos considerar o jogo uma barbada. O Fluminense tem o nosso grande respeito. É uma grande equipe, que joga junto há muito tempo – comentou.
Com quatro derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro, Abel Braga não quer a equipe do Fluminense entrando contra o Grêmio, domingo, na Arena, com ansiedade. O técnico entende que qualquer resultado fora de casa numa partida contra o Tricolor gaúcho pode acontecer e, justamente por isso, pode marcar a arrancada do Time de Guerreiros rumo à recuperação.
– Não podemos ir para dentro de campo com ansiedade. Temos de fazer jogo por jogo. Esse tipo de jogo é bom, qualquer resultado que acontecer é normal. Podemos chegar lá, vencer com total tranquilidade e a coisa dar uma virada – projeta.
Cria das divisões de base, Wellington Nem foi um dos grandes nomes do Fluminense na conquista do título brasileiro de 2012. Neste ano, não conseguiu repetir as atuações e acabou negociado com o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Em entrevista à Revista Placar, o atacante falou sobre a saída do clube, seus planos para o futuro e mais.
Confira aqui a íntegra:
Não acha que o seu ciclo no Fluminense se encerrou muito cedo? Acha que tinha mais lenha para queimar nas Laranjeiras?
Eu gostaria de ficar. A eliminação na Libertadores (ante o Olimpia) foi um baque muito grande. Fiquei triste. A proposta do Shakhtar foi boa. Sai por outras coisas também.
Teve problemas com diretoria, torcedores?
Depois da eliminação (na Libertadores), a torcida passou a me vaiar. A diretoria não aumentou o meu salário. Eles não dão muito valor à base. Mas um dia eu volto.
De cara, o que te chamou a atenção no Shakhtar?
Eles têm um dos melhores CT’s do mundo, uma estrutura fantástica. O estádio (Donbass Arena) é muito bonito. Tenho certeza de que fiz a escolha certa.
O fato de o Shakhtar já ter nove brasileiros em seu elenco contribuiu para o negócio vingar?
Sem dúvida. A presença dos brasileiros contribuiu 50% para a minha ida. Eles me ajudam muito. Além disso, o Shakhtar é sempre campeão ucraniano e disputa todo ano a Liga dos Campeões.
No Fluminense, você se destacou atuando aberto pela direita do ataque. Já conversou com o técnico Mircea Lucescu sobre o seu posicionamento em campo?
Não precisou. Ele me viu jogando pelo Fluminense. O Shakhtar joga com uma linha de três meias, e eu sou o jogador que fica pelo lado direito. A diferença é que o Flu joga mais avançado, e aqui eu jogo um pouco mais recuado. Não terei problemas com isso.
Vê o Shakhtar como um trampolim para um clube de maior envergadura na Europa dentro de alguns anos?
Tenho cinco anos de contrato e quero cumpri-lo. Não penso em sair. No futuro, quem sabe, eu possa jogar num clube como o Real (Madrid) ou o Barça. Todo jogador sonha com isso. Mas agora tenho que pensar em jogar no Shakhtar.
Bastaram 28 minutos em campo para você marcar logo em seu primeiro jogo pelo Shakhtar. Que nota dá para a sua estreia?
(Pensativo) um 8,5… não, 8. Estava voltando de contusão, então acho que foi de bom tamanho.
Se o momento do Fluminense não é bom, Abel Braga aposta que ele pode mudar num piscar de olhos. O técnico prevê o crescimento da equipe no Campeonato Brasileiro se conseguir fazer logo uma sequência de duas ou três vitórias. O treinador entende ainda a fase adversa como normal após dois anos fora de série.
– É claro que nós estamos pagando um preço, no meu modo de pensar, normal. O Fluminense teve dois anos excelentes, 2009 e 2010. Depois como começou 2011, o primeiro semestre foi ruim. Tivemos um 2012 muito bom. Não vai se manter todos os anos. Vai passar dificuldades. Faz amadurecer, crescer. Faz a gente pensar se o que estamos fazendo é o melhor, o correto. Mas isso muda. Está faltando encaixar duas vitórias, três… Aí todos começam a falar: “O Fluminense voltou”. Se isso acontecer, vai para a frente – aposta.
Suspenso, Vargas, um dos grandes nomes do Grêmio, não enfrentará o Fluminense na partida de domingo, na Arena. Mas tal ausência está longe de animar Abel Braga. O técnico tricolor espera até mais dificuldade com a entrada de Kleber na equipe.
– Nós fazemos sempre do próximo jogo o mais importante. Não fico lamentando ausência. Não lamento da minha equipe, vou lamentar a do adversário? Quando não joga o Vargas joga o Kleber. Não sei te falar, sem ele jogando a situação pode até piorar para nós – disse.
Quando Samuel teve proposta do Espanyol e comunicou a Abel Braga, recebeu do técnico a resposta de que não haveria qualquer empecilho para a sua saída. Esta é, inclusive, a conduta do comandante. O treinador afirma ter consciência de que a carreira dos jogadores é curta e eles precisam cuidar de suas independências financeiras.
– Não vou querer ter na minha consciência (a situação) de um atleta meu daqui a dez, quinze anos me encontrar e dizer: “Poxa, preciso de ajuda, não consigo pagar o colégio das crianças”; falar que está nessa situação porque não permiti a mudança de vida. Isso me faria mal. Nós somos profissionais como todos os outros. E o jogador de futebol tem como agravante o fato de conseguir jogar em alto nível por dez anos, no máximo. Consegue ter destaque em um clube para fazer a vida em sete, oito anos. Isso jogador top. Então cortar isso, tirar esse direito, eu não faço isso com ninguém – disse.
Assim como o Fluminense, o Grêmio também entra em campo no domingo, na Arena, precisando se reabilitar após derrota no Campeonato Brasileiro. Até por esse componente a mais, Werley espera uma partida truncada. O zagueiro gremista vê as duas equipes com essa pressão a mais e aponta para a dificuldade de enfrentar o Tricolor carioca.
– Vai ser um Jogo truncado, muito difícil contra o Fluminense. Precisamos muito do resultado, porque viemos de uma derrota. Sabemos que é difícil quando fica muitos jogos sem vencer. Existe uma pressão muito grande. E equipe do Fluminense é experiente, um time muito perigoso e vai ser difícil da mesma maneira que sempre foi. Temos de entrar bem preparados e, se fizermos um gol, ajudará muito, porque o Fluminense vai ter de sair – afirmou.
Sem grande alarde, o Fluminense chegou ao Rio Grande do Sul no fim da tarde desta sexta-feira. No domingo, o Tricolor encara o Grêmio, na Arena, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. E o lateral-direito Wellington Silva prefere esse clima de tranquilidade à muita badalação.
– Está tranquilo. Melhor assim sem muita festa. Estamos com a cabeça voltada apenas em sair com um bom resultado no domingo para termos tranquilidade na sequência do campeonato – disse.
Fred ganhou uma caricatura inusitada. Marcos Júnior fez um desenho bem humorado do camisa 9 e publicou no Instagram com os seguintes dizeres: “Tá parecido com o @fredguedes9 kkkkk”. E o atacante mostrou ter habilidade também com as mãos.
Confira a imagem:
