Oswaldo de Oliveira (Foto: Lucas Merçon - FFC)

Demitido do Fluminense logo após o empate com o Santos no Maracanã por 1 a 1 na última semana, o técnico Oswaldo de Oliveira participou nesta quinta-feira do programa “Seleção SporTV” e falou pela primeira vez sobre a discussão quente ainda na beira do campo com o meia Paulo Henrique Ganso. O treinador deu sua versão sobre a troca de ofensas entre os dois.

– O jogador não me ofendeu porque eu tirei ele do jogo, eu tirei ele do jogo porque ele me ofendeu. Quando nós pressionávamos o time do Santos e eles sentiam que não dava para sair jogando, o goleiro fazia uma diagonal, ou no Soteldo, ou no Marinho. O gol deles saiu em uma jogada assim. E o que tínhamos treinado enfatizei na preleção e retomei no intervalo era que não adiantava pressionar o goleiro, tínhamos que obrigar a quebrar essa bola longa e os quatro que saíam na pressão deveriam recuperar rápido para ganharmos a segunda bola. Só que nessa alternativa, isso não aconteceu. Ele não saiu, e eu gritei para ele “volta, volta, volta” e ele me ofendeu. E eu falei “não dá para ele continuar no jogo depois do que ele disse para mim” – explicou Oswaldo.

 
 
 

Ao ser perguntado sobre o fato de Ganso ter recebido a faixa de capitão no jogo seguinte a sua demissão, na vitória sobre o Grêmio por 2 a 1 sob o comando do interino Marcão, Oswaldo afirmou não ter entendido.

– Agora que estou fora, não sei o que se passa mais. Mas para mim é inexplicável. Os acontecimentos poderiam ser contornados e resolvidos ao longo de um algum tempo, mas de imediato para mim, soa muito mal. Não tenho como dizer que compreendo uma situação dessas. Nesse caso, a condução da situação teria que ter tido outro enredo, outra forma de se resolver. Não sei como interpretar. Do meu ponto de vista, essa não era a melhor maneira nem de premiar, nem de punir, nem de tornar mais responsável. Esse enredo tinha que ser escrito de uma outra forma. Porque estava muito recente. E soa realmente como uma premiação e como uma punição ainda maior para mim, que cheguei e encontrei um estado de coisas, o Fluminense de uma maneira, e cheguei para ajudar, e não para criar problemas. Por isso na hora da reza eu me penitenciei, a mim e ao jogador, para que deixássemos nossas vaidades e nos voltássemos ao clube, que estava precisando daquilo naquele momento – desabafou o treinador.

Antes de encerrar sua participação no programa, Oswaldo falou também sobre o que aconteceu no vestiário. Segundo ele, o camisa 10 não lhe pediu desculpas pelo acontecido.

– Não aconteceu (o pedido de desculpas). Ele aceitou o abraço. Nós nos confraternizamos em nome da situação que precisamos nos confraternizar, mas não houve pedido de desculpas – disse ele.