Foto: Lucas Merçon/FFC

Oi, pessoal.

 
 
 

Devo confessar que acho ridículo e depreciativo os técnicos da geração do nosso querido Abel idolatrarem a tática dos italianos.

Muitos argentinos nos chamam de “macaquitos” e, se fizermos um exercício de consciência, eles não estão tão errados quando constatam que abandonamos nossa escola de futebol para imitarmos a Alemanha, Inglaterra de 66 e Itália.

A “maldita” derrota da Copa de 82 piorou a questão e formou uma geração de técnicos brasileiros que se inspiraram no defensivismo da Azzurra, na correria dos ingleses e na força física dos alemães, tendo como ícone nacional, o ex-treinador Rubens Minelli.

Como o futebol, incluindo esquemas táticos, pouco ou quase nada trouxe de novidades dos anos 50 para cá, suas variáveis são muito comentadas.

No Brasil, nos anos 80, o 4-3-3 era o moderno; nos anos 90 foi o 4-4-2; na primeira década do século XXI fomos penta jogando no 3-5-2 da Inglaterra de 66.

Não é o número do esquema que constrói um time equilibrado e com padrão.Porque são apenas números.

A geração de Abel confunde: ela escolhe o número da tática antes de analisar o elenco de maneira correta.

Abel não é o único que tem o vício de escolher o número tático para povoar o ponto fraco do time e não conforme as características e qualidades do jogador.

Com isso, o ponto fraco piora. E o ponto forte se enfraquece. É o que temos visto este ano: o Abel escolher escalar a tática italiana de Antonio Conte na Juventus. Resultado:

Piora o ponto fraco do time ao escalar juntos Gum e Renato Chaves, queimando o 3° zagueiro que parece bom, o Ibañez.

A Juve de Conte tinha 3 zagueiros: Barzagli, Bonucci e Chielini. Na verdade a dupla de zaga eram os 2 primeiros com Chielini cobrindo o lateral ou dando o primeiro bote.

Roubando essa bola, os laterais ofensivos: Lichsteiner – que mesmo lento, sabia dar passe e cruzamento – e Evra, que dispensa comentários.

No ataque, Tevez rodava, como válvula de escape e Llorente segurava a zaga adversária.

Os 3 jogadores de meio-campo eram Pirlo, Vidal e Pogba.

O volante da saída de bola com bola longa era Pirlo. Saída com dinânica, característica que Jadson não tem.

O nosso camisa 16 está mais para passar a bola para o adversário e não pode ser titular. Richard não é Pirlo, mas é melhor que Jadson, um dos “reforços”.

O volante de explosão física era Vidal, com passe vertical, assim como Pogba, mais leve.

Douglas, embora esteja numa fase que não sabe se é um marcador que apoia ou um armador que volta para marcar, trotando em campo, tentando passes de categoria, não tem os recursos técnicos mínimos para essa função.

E Sornoza… Ah, Sornoza! Um jogador ofensivo, correndo 80 metros sem respirar, sem saber marcar, longe da área, tendo que armar, como um Pirlo ou Pogba.

Por tudo isso, a escolha de Abel não dará certo, travando o time e dando o passe da origem da jogada aos piores jogadores técnicos do time.

Perdemos o setor mais importante de um time de futebol: o meio-campo.

E sem meio-campo, a linha defensiva fica no mano-a-mano, os laterais nem marcam nem atacam, jogam entre as duas intermediárias, abrindo buracos inacreditáveis, de time amador.

Ano passado, eram o meio-campo e o ataque nosso forte – Orejuela, Wendel, Sornoza, Scarpa, Welington Silva e um Henrique Dourado inspirado. Abel recuava Scarpa e Welington até a lateral defensiva.

Não adianta: Abel caducou como a Itália, inacreditavelmente, fora de uma Copa do Mundo.

Nosso querido treinador mostrou, no empate diante da Portuguesa da Ilha do Governador, a caduquice na escalação e na postura, além do quanto está perdido com aquelas substituições surreais no segundo tempo.

Fato é que pelos jogadores que tem, Abel não pode escalar Gum, Renato Chaves e Jadson juntos, exigindo que Gilberto seja o Daniel Alves e o Airton, o Marcelo ou Roberto Carlos.

Hora de reequilibrar o time com o básico: cinco jogadores defensivos e cinco ofensivos.

Toques rápidos:

– “Só com garotos, Flamengo vence o Bangu e lidera seu grupo.”

– “Só com garotos, Fluminense joga mal, quase perde para a Portuguesa da Ilha do Governador (afinal, Abel não faz milagres) e segura a lanterna do grupo.”

– 2017: “Abel está tirando leite de pedra”

– 2018: 6 jogadores titulares do “timeco de 2017” foram desejados e saíram para outros grandes e tradicionais clubes:

Henrique, zagueiro: Corínthians.
Orejuela, volante: LDU.
Wendel, volante: Sporting de Portugal.
Gustavo Scarpa: Palmeiras.
Welington Silva: Internacional.
Henrique Dourado: desejado pelo Corinthians, Grêmio, Atlético-MG, Flamengo, Vasco…

– 2018: mais do mesmo para pior. Ele vai preferir jogar com cascudos Renato Chaves, Gum, Jadson, Gilberto a jogar com os meninos e, ainda, queimando os mesmos, como fez na coletiva após o vergonhoso empate.

– Mude, Abel. Volte ao equilíbrio com marcação alta e jogadores defensivos defedendo e os ofensivos criando e atacando. Simples como o futebol.

– Com Abel perdido e se equivocando de maneira surtante, lembrar que o FLUMINENSE FOOTBALL CLUB terá que sobreviver à Flusócio Clube & Associados LTDA… Quero dormir e acordar em dezembro de 2019 sem estar na Série B ou C.

Fraternalmente, ST.