Oi, pessoal.
Devo confessar que preferia Autuori como aquele treinador que gosta do equilíbrio, de atacar e de jogador que sabe jogar futebol.
Aquele do Cruzeiro de 1997, campeão da Libertadores, cuja espinha dorsal era Dida, Gottardo, Donizete, Ricardinho, Palhinha e Marcelo Ramos.
A Raposa era um time com intensidade sem a bola, e ousado, corajoso, ofensivo com a pelota. Time com a cara do técnico e perfil que sonho ver no nosso Fluminense.
1997? Duas décadas! Ual! Como treinador, o novo diretor, no Brasil, ainda conquistou outra Libertadores pelo São Paulo, sendo até campeão interclubes, no Japão.
Aquele time tinha tudo o que hoje nenhum time brasileiro tem: qualidade e encaixe. Lugano, Alex Pirulito, Fabão seguravam a retaguarda com o ágil Mineiro e bom passista Josué guardando a cabeça da área.
Aí, eram os laterais Cicinho e Junior no lado do campo, o finalizador Luizão de referência e os dois principais: o maestro Danilo e o craque artilheiro, o “camisa 10”, Amoroso.
Mas Autuori, recentemente, não foi feliz como técnico. Explicável: a queda técnica do jogador brasileiro tem sido brutal e preocupante.
Nem quem não é negociado para o exterior consegue ter os recursos BÁSICOS da sua posição. Não à toa que a maioria de “ex-jogadores”, quando retornam “brincam” e desequilibram em nossos gramados, ultimamente.
Talvez, suponho, esse seja o motivo também da sua escolha de mudar de função, largando à beira do campo.
Seu estilo sério e rebuscado nada me impressiona, mas, sim, seu histórico de conduta profissional que é exemplar.
Seu perfil me agrada até mais que o do Abel: embora seja direto e reto como nosso técnico, admiro mais um profissional de futebol que não tenha aqueles discursinhos populistas nem siga a linha de agradar ou enganar com as mesmas desculpinhas.
Direto e sincero, sem essa hipocrisia de 95% do que há no “politicamente correto”, lembro que Autuori largou o Vasco, em poucos meses, porque o clube não estava cumprindo o combinado e atrasava o salário dos funcionários.
E está aí uma questão fundamental: Paulo Autuori será nosso termômetro quanto ao desempenho e conduta do presidente, do “CEO”, do Vice de Finanças, Diego Bueno, que teve que vir à público dizer que a Flusócio (grupo que este não pertence, diga-se) faliu o clube e nem arca com a folha salarial.
A coletiva do Vice de Finanças tardou, mas chegou. Já temos um nome digno para a gestão do futebol, à altura dessa torcida, responsável pelas mais lindas festas dos últimos dez anos, no Engenhão e Maracanã, embora tratada como lixo e, não raro, responsabilizada pela “receita de Atlético-GO” por esse grupo que administra nossa maior paixão há quase uma década. Aviltante.
E “segue o jogo”. A chegada do Paulo Autuori para dirigir o barco traz bom alento e esperança acerca das escolhas na formação do elenco.
Enfim, já estava deprimente ler que algum “Zezinho” prefira ser reserva, até como terceira opção, em clube “X”, “Y”, do que titular absoluto do FLUMINENSE por razão de que os “galácticos da gestão” mal conseguem pagar salários.
Mãos à obra, Diego Bueno! Sorte, bom ânimo e perseverança! Esse produto é o FLUMINENSE FOOTBALL CLUB.
Por fim…
Bem-vindo, Paulo Autuori.
Toque rápido: Fred, o retorno?
Bem, confesso que sou tão apaixonada por essa instituição verde, branca e grená, que meu espírito tricolor é tradicional, do tipo que diria ao LENDÁRIO DIDI : – Se colocou acima do clube? A porta é a serventia da casa, no final do corredor.
Mas você quer o Fred de volta? Quanto a mim, só sob três condições:
– Aos 34 anos, diminuir o salário de R$ 700 mil reais um pouco mais da metade já que, por exemplo, André (Sport, 27 anos, 23 gols) e Lucca (Ponte Preta, 27 anos, 22 gols) ganham somados os salários, R$ 490 mil, atuando em elencos fracos que lutaram para não cair. Sem falar no artilheiro do Brasileiro e do ano, Henrique Dourado, 28 anos, que recebe R$ 350 mil.
– Atuar pelo time sem exigir que TODAS AS BOLAS sejam dadas ou cruzadas para o senhor, consciente que não é mais “o presidente” do clube, que “manda soltar e prender”.
– Aceitando as condições acima, restará uma última, bem “bobinha”: vestir a camisa do Fluminense dentro da sede do Atlético-MG para anunciar seu retorno.
Pois é, infelizmente, até pela especulação acerca do Fred, parece mesmo que Dourado, dono da comemoração de gol mais bacana do mundo, que joga com o time, coletivamente, além de ser um dos jogadores mais centrados, equilibrados e coerentes que vi no Fluminense desde Ézio, está de saída. Se for, que perda! Em todos os melhores sentidos.
“No mundo havereis tribulações. Mas tendes bom ânimo. Eu venci O mundo”.
Deixo meus mais fraternos votos de um Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos, com “bom ânimo” sempre!
Fraternalmente,
ST.