Quando as competições e treinamentos foram interrompidas por conta da quarentena preventiva ao coronavírus, o Fluminense passou uma série de exercícios e orientações para os jogadores cumprirem de casa. Odair Hellmann revela que conversava periodicamente com seus comandados durante este período. Porém, o nível de cobrança mudou quando o clube deu férias legalmente aos atletas. O técnico conta qual a diferença
— Agora são férias por lei. Não posso em nível de trabalho passar qualquer coisa que ele tenha de fazer ou deva fazer, porque ele está de férias. Estamos sempre em contato com os atletas, até para conversar, saber como estão se passando suas situações. Antes das férias, tínhamos um protocolo de treinamento. Mandávamos atividades de três em três dias, eles respondiam com vídeos. E nós montávamos outras. Agora, em férias, não podemos mais fazer isso. Aí é de consciência de cada um. Mas nas férias normais, eles jogam pelada. Eu posso te falar que eu com um mês de férias na minha época de jogador eu não voltava em condições de jogar uma partida dez dias depois. Os jogadores hoje são muito conscientes. Eu não tinha essa consciência. Eles se preparam muito nesse momento de parada. Conversamos, monitoramos. Mas agora não pode ser com obrigatoriedade. Ele está de férias. Nem eu nem o clube podemos ministrar algo que ele tenha de fazer obrigatoriamente. Imagina se voltar e os caras falarem que uma semana tem que jogar? Fala-se muito do aspecto físico, mas imagina o mental? A retomada vai ser complicada. Até para ir ao mercado hoje, ir à farmácia, você vai inseguro. Como vai ser jogar se a essência do futebol é o torcedor e não deve ter agora? O jogo contra o Vasco (com portões fechados) foi uma tristeza tamanha, por mais que tenhamos nos preparado. Tudo isso é novo. O que mais tenho certeza nesse momento é que se o futebol voltar rápido vai ser sem torcida. E temos de estar preparados para encarar isso mentalmente – disse.