(Foto: Lucas Merçon - FFC)

Odair Hellmann iniciou sua caminhada como treinador do Fluminense com o pé direito. Até aqui no Campeonato Carioca, foram dois jogos e duas vitórias, sendo que o treinador ainda está longe de ter o time ideal em mãos por conta dos desfalques e do pouco tempo de treinamento. Taxado como “retranqueiro”, por conta dos três volantes que costumava escalar no Internacional, o técnico se defendeu e descartou, ao menos inicialmente, repetir a formação no Tricolor.

– O futebol brasileiro gosta muito de nomenclatura. Eu costumava dizer que Patrick e Edenilson, para mim, não eram volantes, eram meio-campistas. Mas se veio contratado como volante, volante será eterno, mesmo fazendo gols, mais do que os meias e atacantes, muitas vezes. Essa foi a forma que conseguimos montar lá, dentro das características dos jogadores que tínhamos no grupo. Uma equipe altamente competitiva, forte, que tirou o Internacional da Série B. Que, um ano depois de passar o seu pior momento na história, foi terceiro lugar com a maior pontuação de sua história no Brasileirão. Que em 2019 foi a final de uma Copa do Brasil. Perdeu? Horrível! Ninguém gosta de perder, principalmente título. Mas chegou à final um ano e sete meses depois de não ter sido campeão da Série B. Chegou às quartas de final da Libertadores contra o Flamengo… A pessoa pode até não gostar da maneira, mas ela precisa respeitar que aquela ideia deu certo – defendeu-se, complementando logo em seguida:

 
 
 

– Aqui no Flu, treinamos em todas as oportunidades com dois volantes e com jogadores de outras características nas outras funções. Mas perdemos a maioria dos jogadores naquela função ofensiva e também não conseguimos inscrever outros. Visualizamos a possibilidade de iniciar com o Dodi, fazendo uma função não de volante, mas em uma linha aberta – até por ver nos primeiros treinos que ele tem uma característica leve, dinâmica, para isso gerar outras possibilidades na frente. Não tinha nada de três volantes. Só a nomenclatura. Por isso que temos que observar bem o contexto todo e não rotular. Sou um cara aberto a possibilidades. A ideia inicial não é começar com três volantes. Ali na frente, pode vir a acontecer em algum momento? Pode. Se eu visualizar dentro dos treinamentos e dos jogos que seremos mais forte assim, vou construir uma situação para que o Fluminense seja forte. Esse é o objetivo. Mas a princípio, agora, não. A princípio são com dois volantes, para dar uma estrutura de equilíbrio, e buscar jogadores com outras características nas outras funções – finalizou.