Gionni Straccia já se considera tricolor e fez um desafio a Odair Hellmann (Foto: Arquivo pessoal)

Nos últimos dias, Gionni Straccia, um estilista venezuelano que mora nos Estados Unidos caiu no gosto da torcida do Fluminense. Inusitado, certo? Claro. Mas tudo isso se deve aos vídeos bem-humorados que posta em suas redes sociais, como TikTok e Instagram e a similaridade com o técnico tricolor, Odair Hellmann. Em entrevista ao ge, o “Odair do TikTok” falou sobre a reação criada com a torcida e a inspiração para suas publicações.

Além disso, Gionni admitiu já se considerar mais um torcedor tricolor, apesar de não ser um grande conhecedor de futebol. Quando a pandemia do novo coronavírus acabar, planeja, inclusive, visitar o Brasil e assistir um jogo do Fluminense no Maracanã em meio à torcida.

Veja a íntegra da entrevista:

Como começou a gravar seus vídeos para o “TikTok”?

Gionni: – Começou a pandemia, e justamente quando Miami se restringiu um pouco tinha tempo livre. Então me perguntava: “O que faço?” Foi quando começou a moda do “TikTok”, e passei a conhecer um pouco: “Deixa-me ver do que se trata”. Passei a gravar por diversão, juro. Para me divertir, dançar… Mas nunca imaginei que faria tanto sucesso. Os vídeos viralizaram antes no Chile, Uruguai, nas Filipinas, Tailândia…

E como percebeu que tinha ficado famoso no Brasil?

– Depois que voltei a trabalhar, não tinha mais tempo para fazer os vídeos, vi que estava acontecendo algo com o Brasil: “Por que todo mundo está me escrevendo em português?” Aí soube que viralizei no Rio de Janeiro pela torcida do Fluminense. Mas não entendia porquê. Começaram a me escrever que parecia com o Odair. Mas quem é Odair? De quem estão falando?

– Até que apareceu um torcedor aqui de Miami chamado Ricardo e me explicou, me deu a camisa, e eu prometi a ele que faria o próximo vídeo com ela. E também fui investigar o futebol brasileiro, vi quem é Odair e falei: “Ok, há uma semelhança” (risos). Estou levando isso de maneira divertida. Tenho muita quantidade de mensagens no “Instagram”, que nem consigo responder, de torcedores do Fluminense e até de outros times.

Quantos seguidores já ganhou?

– Tenho dois “Instagrams”, um profissional e outro pessoal. Posso dizer que ganhei mais de três mil seguidores no meu pessoal. No “TikTok” não me dei conta, mas os dois vídeos que fiz com a camisa do Fluminense deram um boom e dispararam em visualizações. Em mensagens, tem umas 300 toda vez que abro a conta, tanto a pessoal quanto a profissional. Estou tentando agradecer a todos.

E o que acha da sua comparação com o Odair Hellmann?

– Há uma semelhança. Não é que eu pareço com ele, ele é que se parece comigo, porque eu tenho 50 anos e ele tem 43 (risos). Se há uma semelhança, creio que seja de longe, por sermos grisalhos, e com óculos. Este estereótipo que temos é muito semelhante. Ele é um pouquinho mais gordo que eu (risos). Há uma semelhança distante, mas há. Talvez se eu fizer a barba, fica uma semelhança maior.

Pensa em tirar a barba?

– Eu tenho sete ou oito anos de barba e não a tiro mais, ela fica. Ele que deixe crescer a dele (risos)

Sabia que a filha do Odair te segue nas redes sociais? O que diria a ela?

– Me disseram, mas não sei como ela se chama. Gostaria de saber para segui-la de volta e cumprimentá-la. Diria: “Sei que estou conhecido pela dança e por ser parecido com seu pai. Obrigado por me seguir”

Você gosta de futebol?

– Honestamente, não sou um fanático por esportes. Sou um, vamos dizer, fraco nesse aspecto. Minhas paixões, meu hobbies são outras coisas. Mas, por exemplo, na Copa do Mundo, todos paramos para ver. Por ser filho de italianos sempre torço pela Itália, e na América Latina, pelo Brasil. Nunca torci por Colômbia, Equador, Costa Rica, Panamá… Sempre Itália e Brasil. Quando um sai, fico com o outro. Mas não conheço muito.

– No meu país, a Venezuela, o esporte mais famoso é o beisebol, mas nunca sequer fui a um jogo de beisebol. Só de um tempo para cá que a seleção venezuelana apareceu e fez um bom trabalho. Eu me informo, mas não sou fanático. E quando começou esse tema com os torcedores do Fluminense, falei: “Tenho que me informar e saber do que se trata”.

O que já aprendeu sobre o Fluminense?

– O Ricardo, torcedor que vive aqui em Miami, me explicou que o Fluminense por um momento não havia sido tão glorioso nos últimos anos como vem sendo esse ano, uma equipe que vem crescendo, tem se empenhado muito em campo. E graças aos jogadores e ao Odair, que teve a gana de fazer uma boa equipe. Então tinha tempo que o Fluminense não despertava.

– Outros me dizem que eu dei sorte (risos). Me recordam um pouco que, por ser estilista, no momento que vesti as misses venezuelanas para o Miss Universo, dei sorte para elas ganharem, então me apelidaram de “amuleto”. Me falta conhecer um pouco dos jogadores. Digamos, quem é a estrela do elenco? Não sei. Tenho que estudar isso ainda.

Já se considera um torcedor do Fluminense?

– Penso que todo esse movimento me levou a ser um torcedor do Fluminense. As pessoas que me seguem como estilista me perguntam: “Gionni, não entendo o que está fazendo?”. Então eu explico tudo, o que tem acontecido. Portanto estou inclinado, tendo vários seguidores de torcedores do Fluminense que me mandam solicitações e eu aceito. Sempre gostei do futebol brasileiro, Pelé e outros que ficaram conhecidos. Então me considero, sim. Não sou, digamos, um expert no assunto, mas de carinho e coração estou aí.

Como estilista, o que achou da camisa do Flu? Tem as cores da Itália…

– Sim, isso foi o que mais gostei, pelo menos não me sinto tão traidor (risos). Mas gostei, achei superinteressante o desenho, tem um colorido bastante vivo que me encanta. Quando as pessoas começaram a mandar a bandeira, falava: “Mas é da Itália, como assim?” Depois fui entender que é pelas cores.


Já conhece o Rio de Janeiro?

– Sim, em 2011 estive no Rio de Janeiro e em São Paulo, porque foi quando o Miss Universo aconteceu em São Paulo. Sempre íamos em grupos de amigos, e disse que antes de São Paulo queria conhecer o Rio. E fiquei encantado. São Paulo também é uma cidade muito interessante, muito cosmopolita, forte, mas fico com o Rio. Tem um lado de praia, mas também tem um lado verde.

– Fui ao Cristo (Redentor), ao Pão de Açúcar… As pessoas são diferentes, são mais amáveis. Quando viam que éramos turistas e estávamos perdidos, tinha sempre gente disposta a ajudar. Também me encantaria ir a Salvador, a Brasília… Outras cidades importantes que vocês têm, mas seguramente voltaria ao Rio.

E o Maracanã?

– Entre minha lista de pendências está ir ao Carnaval. Mas também gostaria de ir ao Maracanã. Mas ir com amizades daí, não chegar como um turista. Não quero ser turista no Maracanã, quero viver o que o povo vive. Toda vez que viajo gosto de sentir o que o povo vive, não o turismo. Prefiro ir onde vocês vão, comem, dançam… Porque essa é a essência verdadeira do país.

Quando a pandemia acabar, podemos esperá-lo um dia no meio da torcida do Fluminense no Maracanã então?

– Me comprometo. Seria bom. Depois que tudo passar, com a ajuda de Deus, e se não se esquecerem de mim (risos), espero ir com o maior prazer.

Gostaria que o Odair entrasse na brincadeira e gravasse com você no “TikTok”? Faça um desafio para ele.

– Odair, aqui estou eu em Miami. Se o Fluminense chegar à Copa Libertadores, te desafio a fazer um duo comigo. Espero que considere. E espero que tenha um ouvido musical (risos).

– Ele parece uma pessoa bastante séria, bem focada. Não parece que dá tanta liberdade, mas mantenha uma certa distância.