O atacante tricolor Fred terminou a Copa das Confederações de 2013 com a Chuteira de Prata em seu nome e sua reputação em ascensão como nunca. De fato, talvez nem quando ele se destacou no Brasileirão e foi contratado pelo Lyon em 2005 houve tantos elogios em sua direção. Antes da Copa das Confederações, a exemplo do que está acontecendo nos últimos dias, Fred foi bastante criticado pela imprensa especializada. A vitória do Brasil naquele torneio – com grande atuação de Fred – foi um alívio para o atacante tricolor que tais críticas tenham sido silenciadas.
De fato, foi uma mudança de ares e de sorte para o jogador. Para azar do Flu, houve até boatos de que ele poderia voltar para a Europa – houve reportagens de jornais britânicos, como o The Mirror que Fred era alvo de alguns clubes da Inglaterra. O principal deles seria o atual Campeão da Premier League, o Manchester City de Manuel Pellegrini. O interesse do City, que acabou não concretizando-se em transação (felizmente), apenas são o espelho do retrospecto do atacante. Depois de um a campanha ruim na Copa América de 2011, a reputação de Fred chegou ao fundo do poço. Após perder um largo período do ano de 2010 devido a lesão e ter visto o Fluminense ser eliminado da Copa Santander Libertadores antes do esperado, os males acabaram por ter seu fim.
Recuperar-se de tais acontecimentos prova que Fred é um jogador de futebol – ou melhor, um ser humano – que é capaz de superar adversidades. E é exatamente isso que esperamos dele neste momento. Nos meses subsequentes àquela eliminação da Libertadores, Fred foi campeão nacional. Mas não um mero campeão: foram mais de 20 gols em consecutivas campanhas vencedoras com o Tricolor Carioca no Campeonato Brasileiro. Não seria absurdo dizer que ele foi o principal jogador na campanha campeã, aliás. Isso foi o suficiente para chamar a atenção de Scolari para coloca-lo como atacante principal. Mais do que isso: camisa 9.
Fred foi um dos destaques na campanha da Copa das Confederações.
O peso da Camisa 9 é grande. Afinal de contas, Luís Fabiano a utilizou em 2010 e fracassou. Antes, Ronaldo era o dono absoluto deste número – por 3 copas consecutivas. Eis o problema: talvez seja hora de esquecer Ronaldo – por mais difícil que isso seja. A figura pública do ex-jogador transcende o campo, haja vista que ele comenta todos os jogos do Brasil pela Globo, é o empresário de Neymar e chega até a ser garoto propaganda de um site de poker, a PokerStars.
As críticas apareceram novamente, mas são infundadas se analisarmos o retrospecto de Fred em suas atuações internacionais com a camisa da seleção brasileira. Sua média de gols por jogo gira em torno de 0,9 e 1,0 – ou seja, uma média relevante num time cuja maior estrela não é ele. Aliás, a esquadra canarinho sequer “joga para ele”. Claramente o objetivo do esquema tático montado pelo técnico Luiz Felipe Scolari é que os gols surjam no meio campo com Neymar, Paulinho e Oscar.
Com efeito, é difícil dizer que a culpa dos gols não terem saído em Croácia e México seja dele. Muitas piadas foram feitas sobre a quantidade acima do normal de impedimentos nos quais Fred foi flagrado. Mas será que isso não aconteceu porque estava tentando abrir espaços? Fred é subestimado numa equipe cujo foco tático é a bola criada no meio campo.