O jornal Extra fez um balanço do Fluminense nestes três primeiros meses do ano. Apesar da desclassificação no Campeonato Estadual e na terceira fase da Copa do Brasil, a reportagem listou alguns pontos positivos da equipe comandada por Abel Braga. Entre elas, o esquema tático com três zagueiros.
Foi a forma de o treinador deixar o time mais protegido. Deu certo durante a maior parte do Carioca, já que o Tricolor sofreu 11 gols, ao todo. O “colapso” da zaga veio, curiosamente, na estreia (derrota por 3 a 1 para o Boavista) e no último jogo (3 a 2 na semifinal diante do Vasco).
O sistema também serviu para potencializar outro ponto forte do Fluminense neste começo de temporada: a força ofensiva dos alas, tanto pela direita quanto pela esquerda. Gilberto cresceu de produção em relação à temporada passada, na qual foi instável defendendo o Vasco. A grata surpresa é o canhoto Ayrton Lucas. Com a disposição digna de um jogador de 20 anos, ele foi uma das válvulas de escape ofensivas do Flu, gerando preocupação aos adversários.
A outra boa notícia é a fase do centroavante Pedro. A torcida ficou apreensiva por causa da saída de Henrique Dourado, que fez 32 gols na temporada passada. Mas o jovem de 20 anos está ficando mais à vontade e, simplificando as jogadas, é o artilheiro do Carioca, com sete gols em 13 jogos.
Por outro lado, há dificuldades evidentes. Falhas individuais e as carências no elenco são os grandes desafios. O Fluminense não foi mais longe no Estadual por causa de erros individuais em um momento crucial da competição. Com um mata-mata pela frente, que é a Sul-Americana, evitar esse tipo de falha é fundamental para ir adiante. Sob o ponto de vista dos pontos corridos no Brasileiro, pontos podem ficar pelo caminho e a conta só chegará em dezembro. Especificamente no clássico contra o Vasco, Renato Chaves vacilou no primeiro gol, Richard levou uma caneta na mesma jogada, pouco antes, e, para completar, Júlio César tentou adivinhar onde o chute de Fabrício iria e acabou não fazendo o mais simples: fechar o ângulo.
Ao fim das contas, o Fluminense chegará a uma encruzilhada: a falta de opções para o elenco. Abel tem à mão muitos jovens, poucos com “cancha” para entrar e mudar o panorama das partidas. A média de idade é de 23,5 anos. Com alternativas escassas, a parte física passa a ser um desafio a mais. Olhando a minutagem e número de partidas em campo, há uma concentração maior nos ombros de 12 jogadores nos 17 jogos que o Flu fez até o momento.
E aí entra também a responsabilidade da diretoria. É preciso amenizar o caos financeiro no qual o Fluminense se meteu para que o elenco ganhe uma robustez mínima para não se limitar a brigar contra o rebaixamento no Brasileirão.