Roberto Sander, em seu blog aqui no NETFLU, lembrou que a culpa não é do Fred. A descaracterização do futebol apresentado nas Laranjeiras nos úlimos tempos – sem sentido coletivo, sem verticalização ofensiva (senão com chutões para o artilheiro) tem outros culpados – vale a pena ler o post para ter uma visão mais ampla.
Como sintoma, vale lembrar a enxurrada de técnicos – uma clara configuração de instabilidade – na Era Peter. Muricy Ramalho, Enderson Moreira, Abel Braga,Vanderlei Luxemburgo, Dorival Junior, Renato Gaúcho, Cristóvão Borges, Ricardo Drubscky , novamente, Enderson. Oito foram os profissionais que passaram pelo clube.
A Fox Sports, através de seu programa vespertino, o Fox Sports Radio, noticiou esta semana que o Palmeiras estaria atrás de um novo camisa 9 para sua equipe e que Fred poderia ser eventual objeto de negociação. Fernando Simone, diretor executivo do Fluminense, ironizou, dizendo que a multa de Fred é muito alta para que os paulistas consigam pagar.
Fred é um sonho antigo do Palmeiras. Cerca de 12 anos. Ok, vamos parar de fazer brainstorm – qual seria o motivo por isso? Simples. Os salários de Fred – uma reclamação do mesmo, por estarem atrasados – seriam o eixo motor de insatisfação que faria com que ele deixasse o Fluminense. Pode acontecer? Parece difícil, dado que poucos clubes estão com condições de gastar uma quantia considerável num jogador só.
Segundo o GloboEsporte.com, a soma de direitos de imagem atrasados chega a R$ 4 milhões (referentes a 2013 e 2014). Talvez o caso de Fred seja nada mais do que um sintoma da bolha que o futebol brasileiro vive. Muito falam da bolha imobiliária, mas a bolha da bola redonda – soa redundância – é tão perigosa quanto.
É mais do que claro que o mercado brasileiro no que tange ao futebol – ao resto da economia, é bem verdade – mostra recessão. Uma coisa afeta a outra. Há times com carência de “patrocínio master”, como o São Paulo e o Santos. No Rio de Janeiro temos a Viton 44 patrocinando para todos os lados – virou um monopólio de compradores.
O mais irônico é exatamente essa questão econômico. Enquanto alguns outros jogadores – em especial os que vivem na Europa – conseguem um rendimento interessante em propagandas, isso é raro hoje no Brasil. Neymar, por exemplo, acabou de fechar com o site PokerStars. Fred tinha contrato com o Magazine Luiza, mas após o 7 a 1 a loja de varejo optou por não usá-lo mais. Até nisso parece que a Alemanha “atrapalhou”. Quem sabe se estivesse ganhando com propagandas, o salário não seria mais barato, não? Ou também não, vai saber… Viver de “se” não faz muito sentido.
Faz, sentido, de fato, viver de títulos. É para isso que o futebol é feito. Enquanto isso, o torcedor faz seu papel de ir ao estádio de gritar até não poder mais – afinal, é o que ele pode fazer. Mas será que o que a outra parte tem de fazer está sendo feito? Fica o questionamento.