O novo treinador do Fluminense é retranqueiro ou ofensivo? Odair Hellmann garantiu que não existe um modelo ideal. Apresentou dados sobre o Internacional que dirigiu em 2018 e 2019 para comprovar que não existe predileção por um estilo, dependendo sempre da característica do elenco.

– Não gosto de rótulos. No Brasil a gente tem uma vontade de colocar rótulos, que um é ofensivo, outro é defensivo. Quem está dentro tem ideia do processo. Dentro daquilo que trabalhamos, do que eu gosto, tenho como ideia uma equipe bastante equilibrada, de organização ofensiva e defensiva. O Fluminense manteve uma personalidade de jogo no campeonato, não podemos abrir mão disso, temos que potencializar. Os jogadores que estão em negociação, eles ficando, partimos de um estágio coletivo. Se eles, por ventura, não ficarem, outras aquisições terão outro estágio. Se você pegar o trabalho no Inter, estatísticas não feitas por mim, que eu as tenho, mas por empresa, vocês vão ver que em todas as estatísticas, estamos entre os quatro, cinco em todas elas. O Fluminense é o primeiro em posse de bola. Éramos o quarto ou quinto. Não estamos tão distantes assim. Mas em outras situações estamos em primeiro. A minha ideia de jogo respeita as características de jogo que temos à disposição. Eu respeito muito isso. Agora, gosto de uma equipe bastante equilibrada. Uma equipe que tenha organização e equilibrada em todas as fases do jogo. A nossa era muito equilibrada em todos os momentos do jogo, respeitando e potencializando as individualidades que aqui estejam no grupo – esclareceu Odair.

 
 
 

O técnico demonstrou um certo incômodo quando questionado sobre ser ou não um profissional de futebol que gosta de um modelo reativo.

– É uma visão da qual eu não concordo, mas respeito. Se a gente observar a equipe de 2018, estou sendo contratado pelo Fluminense, gostaria de falar mais do Fluminense, mas preciso mostrar os fatos para responder. Se observar a equipe de 2018 do Inter era uma equipe de transição realmente. A característica de seus atacantes era de força e velocidade. Criamos um modelo de buscar o espaço como estratégia e atacar essa vulnerabilidade e fomos terceiro do Brasileiro com 69 pontos. A equipe de 2019 fomos para uma outra ideia, para que pudéssemos ter características de jogadores de construção. Se observarmos os gols do Inter, três gols foram de contra-ataque e os outros todos de construção. Nossa ideia, nosso conceito está lá. As vezes depende de característica, estratégia e combinar com o adversário. A ideia, o modelo, como eu disse aqui, é o Fluminense. Lá foi o modelo do Inter, que tinha um momento, passava por determinadas situações, vindo da segunda divisão, sem confiança técnica. Eu não rejeito rótulo, eu não concordo. Respeito as diferenças, críticas, mas não concordo com o que as pessoas falavam a respeito do time do Inter. Não podemos transformar de dois, três, quatro jogos em uma situação definitiva de 120 jogos. Respeito as críticas.