Revelado nas divisões de base do Fluminense, Radamés, no auge de seus 28 anos, já tem muita história para contar. O volante é o reforço do Paysandu para a temporada e, mesmo não sendo ainda um veterano, passou por várias situações engraçadas.
Ainda nas divisões de base tricolores, na equipe sub-15, Radamés lembra de uma briga em jogo contra o time do Vitória que contava com jogadores bem maiores que os do Fluminense. Entre eles, estava Hulk, do Zenit-RUS e ex-seleção brasileira.
– Eles eram conhecidos por terem jogadores muito grandes e fortes na base. Tava aquele clima que ia ter briga, aí eu pensei assim: “Se eles vierem pra porrada, a gente tá ferrado, porque são o dobro da gente!”. Eu falava pros caras do meu time: “Pelo amor de Deus, não vamos brigar, senão eles vão atropelar a gente”. Mas daí o couro comeu mesmo e a gente levou a pior. A gente era magrelinho, eu, Diego Souza, Arouca, Rodrigo Tiuí… No time dos caras tinha o Hulk, que já era um monstro de forte (risos)… E olha que ele nem era o mais forte, tinha uns caras gigantes. A parte legal é que dos dois times saíram muitos jogadores conhecidos. Quem ia imaginar isso na época? Hoje, a gente morre de rir só de lembrar dessa história (risos) – conta.
Quando subiu aos profissionais, em 2005, Radamés foi logo campeão carioca. Mas sua promoção seria apenas para um jogo. Aí, jogadores experientes como os atacantes Leandro e Tuta pediram a Abel Braga para mantê-lo, por ter se destacado. Depois, foi a vez do técnico pregar uma peça nele.
– Fomos campeões do Carioca em 2005, quando eu subi para o profissional. Inicialmente, era pra eu fazer só um jogo e depois voltar pra base. Só que eu fui bem, e o Tuta e o Leandro Guerreiro foram pedir pro Abel Braga para eu ficar no grupo. No meu primeiro treino, o Abelão veio me perguntar: “O Tuta e o Leandro são seus empresários?#8221; Eu falei: “Não, professor, claro que não”. E ele continuou sério: “É que eles pediram para você ficar, alguma coisa tem aí…”. Eu neguei, mas comecei a ficar assustado. Ele veio falando sério no meio do pessoal para me sacanear, eu achei no começo que ele estava falando sério, daí todo mundo caiu na risada (risos) – recorda.
Veja outras histórias de Radamés:
Episódio triste no Juventude
– Foi uma pena que aconteceu um episódio bem triste lá no Sul. Um dia, sofremos um assalto, e o filho do Wescley ex-zagueiro do Corinthians, estava no meu colo, tinha só 7 meses e tomou um tiro na nuca. Quando o cara anunciou assalto, o carro deu um tranco, e o assaltante atirou dentro do carro. Graças a Deus o menino sobreviveu, mas foi complicado, ele ficou com algumas sequelas…
O menino chamado Miguel ficou 30 dias internado, sendo 12 deles na UTI. Ele foi operado com sucesso, mas teve tetraparesia (paralisia incompleta de nervo ou músculo) na mão esquerda, precisando recorrer à fisioterapia para recuperar o movimento. Hoje, tem oito anos de idade.
Dificuldades para comer nos Emirados Árabes, onde defendeu o Al-Jazira
Logo que chegamos, eu e o Fernando (Baiano, atacante) fomos pedir comida no restaurante e veio o drama: e agora? A gente não falava nem inglês! Falei: “Ah, vamos pedir batata, que eu sei falar potato”. Pedi, só que ao invés de chegar batata frita ou cozida, veio um balde de purê de batata! Aí decidimos pedir um pão com manteiga para acompanhar. Eu disse: “Não sei falar manteiga, Fernando. Vou pedir o pão e você dá um jeito”. Daí o Fernando tentou pedir manteiga fazendo o gesto de passar a faca no pão. O garçom falava assim: “Plá, plá, plá'”, e o Baiano repetia (risos). E o pior é que deu certo, trouxeram a manteiga!
Reza no meio do jogo, ainda no Al-Jazira
Uma vez, um dos horários de reza caiu bem na hora do intervalo de um jogo importante. O Abel (Braga, técnico) louco para dar instrução para gente e de repente o time todo parou e rezou o intervalo todo, só os estrangeiros que não. O Abel ficou p… da vida porque não pode passar nenhuma instrução, mas faz parte, né? (risos). Tem de respeitar.
Barrado do Tractor Club, também dos Emirados Árabes, por conta da esposa, a atriz Viviane Araújo, da Rede Globo
Eu fiquei 40 dias lá, estava para fechar contrato e disputar a Liga dos Campeões da Ásia, mas negaram o visto de trabalho, porque o Ministério disse que muitas pessoas que estava pesquisando quem eu era viam fotos da Viviane na internet. Eles tinham visto fotos dela com biquíni e desfilando no Carnaval, e me disseram que isso não condizia com a cultura e a religião deles, que não queriam jogador com este tipo de relação com mulheres que são modelos e fazem este tipo de trabalho.