Atleta da equipe adulta de Futebol Feminino do Fluminense, Rayla Santana, de 21 anos, busca conciliar a maternidade com os treinamentos. Moradora de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a jogadora é mãe da pequena Manuelly, de quatro anos de idade, que conheceu o Centro de Treinamento Vale das Laranjeiras, em Xerém, no mês passado. Rayla conta que as cobranças são constantes, além de detalhar as dificuldades da dupla jornada.
– Foi a primeira vez que ela foi ao CTVL. Eu não tenho muito tempo livre por conta dos treinos, e quando chego em casa, já é bem tarde. Sempre que estamos juntas tento dar o máximo de atenção possível. Ela entende, porque sempre conversamos muito sobre isso. As cobranças para levá-la aos treinos são constantes, as vezes ela acorda de madrugada para me pedir. Lembro de como fiquei nervosa quando descobri a gravidez. Eu era bem nova e não tinha ajuda dos meus familiares, mas o tempo foi passando e eu comecei a juntar dinheiro vendendo sapatos. Depois consegui me estabilizar para sustentar a minha filha. Na época, eu estava jogando em um projeto no Guandu, em Santa Cruz – disse.
A atacante conta que ainda lida com atitudes preconceituosas, mas recebe o apoio do pai João Lourenço e da irmã Gabriele, que lhe dá total suporte desde que tomou a decisão de seguir carreira no futebol.
– Não é fácil. Você tem que estar focada. Saio de madrugada todos os dias e deixo a minha filha em casa. Não é mole, mas eu sempre peço para Deus protegê-la até a minha chegada. O ruim disso é escutar comentários de que eu estou deixando de viver o dia a dia com a minha filha para jogar bola, mas eu sei que todo esforço vale a pena – destacou.