(Foto: Nelson Perez/FFC)

Depois de muita conversa, nenhuma resolução até o momento. O presidente do Fluminense, Pedro Abad, estava empolgado pela abertura dada pelo iraniano Kia Joorabchian, conhecido empresário de jogadores, que faria a intermediação entre o Tricolor e um fundo de 50 milhões de euros (cerca de R$ 215 milhões), mas a situação esfriou. O NETFLU havia divulgado as informações em primeira mão. As várias exigências em torno da transação, sobretudo, fizeram Abad buscar alternativas a partir de Portugal, mas evitando entrar no mérito do assunto, para não dificultar seus passos. Ex-vice de projetos especiais, Pedro Antônio, à pedido do mandatário, também chegou a participar das tentativas embrionárias de convencimento de investidores, mas de maneira discreta.

O Fluminense pretendia dar como garantia 50% dos direitos de atletas da base, até que o valor seja recuperado pelo iraniano, incluindo juros previstos em contrato. A assessoria institucional do Flu, quando procurada pelo site número um da torcida tricolor para explicar o fundo de investimentos, informou que o clube não se manifestaria a respeito da situação.

 
 
 

É importante lembrar que a aproximação com Kia foi possibilitada por um dos maiores credores do clube das Laranjeiras: o representante de atletas, Giuliano Bertolucci, a quem o Fluminense deve ainda dinheiro relacionado às vendas de Gerson e Richarlison, por exemplo. A dívida passa da casa dos R$ 10 milhões.

Inspirado na ideia do ex-vice de finanças, Diogo Bueno, o mandatário tricolor deseja alongar os débitos do Fluminense, trazendo instrumentos do mercado financeiro para comprar a dívida do clube, algo similar ao que fez o Flamengo. Trocando em miúdos, o clube das Laranjeiras juntaria dívidas civil e trabalhista, oferecendo-as para que um fundo europeu as quitasse, com uma taxa de juros bem menor do que a praticada no país, aliviando consideravelmente o fluxo de caixa do Tricolor.

No Brasil, vale lembrar, Kia Joorabchian chegou a ser denunciado por lavagem de dinheiro e e formação de quadrilha em 2007. Um ano depois, o Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão liminar, suspendeu a ordem judicial sobre Kia, que ficou livre de qualquer acusação em terras brasileiras. Atualmente, ele agencia diversos atletas, entre eles o meia Phillipe Coutinho, o volante Paulinho e o armador Oscar, todos com passagem pelo futebol inglês e seleção brasileira.