Em entrevista coletiva nesta terça-feira, no CT Carlos Castilho, Mário Bittencourt falou sobre o processo de demissão do técnico Fernando Diniz. Questionado se foi a decisão mais difícil a ser tomada no comando do Fluminense, o presidente admitiu que não foi fácil. Mesmo com a necessidade de tomar atitudes movido pela razão, o mandatário reconhece ser, antes de tudo, um apaixonado pelo clube.
— Tomei muitas decisões difíceis e emocionais na vida. Foi difícil. Não é fácil demitir o treinador que ganhou a Libertadores. Não tomamos decisão em vestiário. Antes de ser presidente, eu sou torcedor. O torcedor tem paixão, ele é apaixonado. E quando você está apaixonado, você perde a razão. O mais difícil na véspera, e tomamos a decisão aqui, não foi a véspera. A noite foi ruim. Eu pensei que teria de tirar o treinador que me deu o maior título, que é a Libertadores. Não só porque ele é meu amigo. Eu era amigo do Roger desde que ele jogou aqui. Em 2010, eu chamei ele aqui para assumir a base. Ele pegou um avião, pagou do bolso dele. Pra você ver o caráter. Pegou o avião para me dizer que não assumiria. Eu perguntei porque ele tinha feito isso. Ele disse: “Como posso recusar o convite de um time que fiz o gol do título da Copa do Brasil por telefone?”. Ele recusou porque me falou que não conseguiria ficar sem sentir o cheiro da grama. Seguiria como treinador ao encerrar a carreira de jogador. Eu contratei ele em 2021 e precisei tirar – disse, prosseguindo:
— O mais difícil não foi pelo Diniz ser meu amigo, porque eu gosto muito dele, foi porque eu estava mandando embora o treinador que deu o maior título da nossa história. E isso dói muito. O Fluminense é diferente. Deu para ver o carinho com o Diniz nas redes sociais. Sabemos reconhecer o Abel, o Parreira, o Muricy, o Renato Gaúcho… Técnicos que ganharam títulos importantes aqui. Nesse momento era importante tomar essa decisão pro Fluminense voltar a vencer, porque o Fluminense é mais importante que todos nós.