Fernando Diniz sabia que Nacional tinha capacidade de complicar a vida tricolor (Foto: Lucas Merçon - FFC)

Fernando Diniz não foi demitido porque o Fluminense perdeu para o CSA. Ele saiu porque o time colecionou alguns fracassos amargos e tolos que foram enchendo o pote d´água.

Se a insistência, em outras partidas, desse lugar ao bom senso, e se o Tricolor tivesse conquistado empates fora de casa ao invés de “alguns jogos interessantes e derrotas secas” talvez a do último domingo fosse apenas um ponto fora da curva. Coisa que a torcida se irritaria, mas ia deixar passar.

 
 
 

Mas não foi. Os resultados ruins sucessivos mostram uma curva descendente. Mesmo com algumas atuações espíritas como a vitória de virada sobre o Grêmio ou a goleada sobre o Cruzeiro, ambas pelo Brasileiro.

Acredito que o Fernando Diniz tem ainda um longo caminho a percorrer. Tem convicções que o tempo vai moldar. Mas é importante que aprenda a cada passagem dele por um clube como técnico. Talvez o Fluminense tivesse que ter insistido na ideia de colocar um coordenador de futebol mais cascudo junto a ele. Trocar ideias é sempre bom. Com quem será que o Diniz trocava ideias? Será que trocava…?

Mas o “combo” da demissão tem alguns sinais que quem assiste futebol há tempos percebe. Tem técnico teimoso… aliás a maioria teima com alguma coisa. Mas tem teimosia que somada a um grau de sorte dá certo. Não é o tempo todo, mas parece que algumas convicções recebem uma benção especial dos desencarnados. É o técnico colocar fulano em campo faltando cinco minutos e pronto! Vem gol do título feito por um até então desconhecido.

No domingo, Fernando Diniz, que demorou uma eternidade para substituir o Danielzinho do jogo (e dos jogos), pôs Brenner no seu lugar. E em um minuto em campo, ou menos, o atacante recebeu um passe lindo de Marcos Paulo e bateu – de panturrilha – e a bola… a bola explodiu na trave.

Ali selava a ideia de futebol do Diniz no Tricolor. Na trave.

O Fernando Diniz não foi demitido porque o Fluminense perdeu para o CSA em casa. Ele saiu também porque os esforçados zagueiros são zagueiros que falham e ele, treinador – sem peças de manutenção – sempre deixou a defesa exposta.

E pela entrevista coletiva, apesar da tranquilidade aparente e “alfinetante”, ele em nenhum momento deu o braço a torcer sobre repensar aquilo que acredita cegamente, mas que os números escancaram às claras. Disse não basear seu tipo de jogo por resultados e cálculos numéricos. Muito bonito, prezado ex-treinador, mas não deu. Fica pra próxima, talvez com você convicto de que deve mesclar conceitos e estratégias de vez em quando.

Torci muito para que encontrasse um equilíbrio necessário para fazer o Fluminense vencer. E torço para que tenha sucesso.

1 a 0

Já falei em bares e encontros de amigos, e agora colaboro aqui com o coro de alguns. O Caio Henrique tem que ser meia. Coloquem um cone que marca na lateral esquerda, que seja isso… mas quem vier, faça o favor de escalá-lo em frente aos zagueiros. Porque o Caio daqui a pouco vai sair do clube por uma boa proposta e a gente vai vê-lo brilhando no meio de campo.

Nosso futuro é incerto. Temos um time para não brigar pelo rebaixamento, ficar lá em décimo segundo… décimo…, mas como o estrago atual é grande – nove derrotas em quinze jogos -teremos que quebrar mais pedras do que devíamos. Por isso, quem chegar terá que colocar o dedo dos pés dos jogadores na tomada.

E treinar chute a gol e cabeçada até que a rede rasgue.

2 a 0

Para o jogo contra o Corinthians, pela Sul-Americana, não espero nada mais do que um time compacto e veloz. Se jogarmos mais uma vez de peito aberto, achando que estamos fazendo pré-temporada, vamos perder e talvez o jogo de volta seja apenas mais um.

Longe de ser covarde, apenas com lucidez. E que mal tem de se desviar de um “jab de direita” para em seguida dar um “cruzado de esquerda”. É apenas tática aliada à técnica.

E o agora eles, todos eles, não saberão como a gente joga…

Espero.

3 a 0

É quase impossível isso que vou dizer. Mas o Fernando Diniz seria um bom exemplo de de técnico para as divisões de base. Valorizar a posse de bola, o passe… porque não dá muito certo tentar consertar de cima pra baixo.

Se for para transformar para melhor que transformemos a molecada.

4 a 0

Acho que tem algo muito chato para não dizer duvidoso neste esquema do VAR. Tem cara de seletivo. Erros acontecem por incompetência de quem? Se árbitro no gramado não viu…ok. Mas a imagem lá em cima não mostrou? E aí? Num jogo a bola segue e no outro para tudo? Juízes de campo e árbitros de vídeo deviam falar abertamente. Dar entrevistas, sem blindagem. Tem muita coisa em jogo para ficar por isso mesmo.

Transparência já.

5 a 0

O amigo tricolor Chico mandou na lata. A vitória de domingo era quase certa. A derrota doeu na carne. Mas quem sabe a trave (e tudo mais) que evitou o gol do Fluminense, não foi em vez de um castigo uma forma de fazer a curva começar a subir.

S.T.