(Foto: Mailson Santana - FFC)

Considerado um “gênio do futebol” pelo amigo e presidente do Fluminense, Pedro Abad, o diretor esportivo das categorias de base do Tricolor, Marcelo Teixeira, está com os dias contados no clube. Braço direito do mandatário do Flu no início do mandato, o homem forte de Xerém recebeu uma proposta para exercer as mesmas funções que exerce atualmente, mas no Benfica, de Portugal.

O NETFLU apurou que a ideia dos portugueses é que Marcelo Teixeira chegue no início de junho, no final da temporada europeia, mas a transação ainda não está confirmada. Curiosamente, as eleições antecipadas por Abad ocorrerão no dia 8 do mesmo mês. Como Teixeira não goza da confiança dos favoritos a suceder a atual gestão, a tendência seria a saída dele de um jeito ou de outro.

 
 
 

Desde 2011 ininterruptamente nas Laranjeiras, o dirigente ganhou status de intocável, sobretudo por conta de sua ligação com Peter Siemsen e Pedro Abad, além de ter feito parte do início da Flusócio, grupo que comanda o clube há três mandatos. Idealizador do projeto Flu Europa, que tornou o STK Samorin, da Eslováquia, numa filial do Tricolor, ele foi o homem escolhido por Abad para liderar a reformulação do departamento de futebol em 2017. Junto com o presidente, portanto, Teixeira foi um dos cabeças do comitê gestor, ao lado do então técnico do Flu, Abel Braga, do vice de futebol, Fernando Veiga, e do gerente de futebol naquela época, Alexandre Torres.

Marcelo Teixeira passou a receber muitas críticas, porém, com o declínio do Flu Samorin. No início do ano, ele disse que “quem falhou foi o Fluminense” com a filial europeia, que será encerrada no meio desta temporada. 

Antes disso, porém, o diretor esportivo da base já poderia ter caído. No ano passado, sem a anuência do presidente tricolor, ele liberou uma negociação do Sport com o São Paulo, envolvendo o meia-atacante Diego Souza. Nesse caso específico, entende-se que o Fluminense tomou um prejuízo de R$ 4 milhões, a partir do momento em que o clube tinha 50% dos direitos, mas aceitou receber apenas R$ 1 milhão, numa transação que girou em torno dos R$ 10 milhões. O NETFLU divulgou o e-mail de Teixeira na época, que autorizava a negociação. 

Depois de comprovado que a ação ocorreu de forma unilateral, os diretores do Fluminense pediram a cabeça do dirigente na época, mas Pedro Abad o manteve no clube, desvinculando-o apenas do futebol profissional. Desde então, as críticas ao trabalho só aumentaram, assim como as pressões em torno dos resultados dos times de base do Tricolor.

Apesar disto, nos últimos quatro anos, o Tricolor obteve um lucro de R$ 129 milhões. Nesse contexto, o Flu gastou com todos os processos da chamada “Academia de formação continuada de Xerém” que engloba futsal, escolas oficiais guerreirinhos, Xerém e Samorin cerca de R$ 16 milhões por ano, ou R$ 64 milhões ao todo. As vendas, no mesmo período, de atletas formados na base renderam cerca de R$ 193,7 milhões aos cofres do clube. Entretanto, o Fluminense ainda sofre com problemas financeiros, atrasos de pagamentos e dívidas trabalhistas.