(Foto: Agência Photocamera)

A conquista do Brasileirão de 2010, o terceiro da história tricolor, completou dez anos no sábado. Um dos grandes personagens daquele título foi Muricy Ramalho. E olha que ele poderia ter deixado o barco antes do tempo. Depois da Copa do Mundo, o técnico foi chamado pelo então presidente da CBF Ricardo Teixeira e recebeu o convite para substituir Dunga. O treinador disse não e seguiu no Fluminense.

Dez anos depois, o assunto ainda rende. Ele conta por que não aceitou o convite.

 
 
 

— O Fluminense me chamou para um projeto longo. Falaram que iam melhorar a estrutura. Disse que estava tudo certo e íamos acertar. Meu procurador ia colocar tudo no papel, mas estava tudo acertado com o Celso e o (Roberto) Horcades. E logo que aconteceu isso, nós ganhamos do Cruzeiro e assumimos a liderança. Nessa semana, tinha dado a palavra ao Fluminense e, no mesmo dia o rapaz da CBF fez o convite. “O presidente Ricardo Teixeira quer conversar com você amanhã”. Eu morava em Ipanema e aceitei. Ele marcou em um clube de golfe, mas tinha um torneio no dia e os tricolores me viram (uma equipe de TV filmou o encontro). Ficamos 3h30 conversando e eles já estavam pensando em Neymar, Ganso, essa turma nova. No final da conversa, ele fez a pergunta se eu iria assinar até a Copa do Mundo. Falei que ia ficar no Fluminense e ele ficou assustado. Ele não acreditou. Eu achei que ele tinha que conversar com o pessoal do Fluminense antes. Tudo isso para mim pesa. Se eu fosse para a seleção e largasse o Fluminense, não ia dormir e trabalhar direito. Pessoal falou que eu era louco, que aquilo não era normal. Mas não posso passar por cima das pessoas – disse.