Muricy Ramalho comandou o Fluminense na conquista do título brasileiro em 2010 (Foto: Wallace Teixeira - Photocamera)

Sem papas na língua como de costume, Muricy Ramalho, técnico campeão brasileiro pelo Fluminense em 2010, comentou todo o imbróglio envolvendo a escolha do novo treinador da seleção brasileira. Hoje diretor de futebol do São Paulo, o ex-comandante não poupou críticas à CBF.

Muricy entende que após o italiano Carlo Ancelotti seguir no Real Madrid (ESP) e, consequentemente, ficar fora dos planos, o correto seria a manutenção de Fernando Diniz. Em sua visão, o técnico europeu não aguentaria a bagunça que tomou conta do futebol brasileiro por muito tempo.

 
 
 

— Achei que tudo o que foi feito em relação a interino, Diniz com Ancelotti, para mim isso não existe. Uma seleção do tamanho do Brasil não pode ter interino. Para mim o Diniz tinha de continuar, tinha de ser o técnico, não esperar o Ancelotti. Maior respeito com o Ancelotti, que conhece o futebol como ninguém, mas o nosso é complicado. Acho que ele chegar aqui e ver essa bagunça, não iria querer ficar nem cinco minutos – disse em entrevista à CNN, prosseguindo:

— Essa indecisão foi muito ruim para a imagem da seleção brasileira, muito ruim. Nós tínhamos um técnico, que era o Diniz, acho que ele também pensava que iria continuar depois da negativa do Ancelotti, mas também tiraram o Diniz… Aí traz o Dorival, um perfil um pouco diferente.

Na campanha do título brasileiro do Fluminense em 2010, Muricy chegou a ser convidado pelo então presidente Ricardo Teixeira para assumir o lugar de Dunga, dispensado após a Copa do Mundo daquele ano. Porém, ele recusou a proposta e seguiu no Tricolor na ocasião. Esse, porém, não foi seu único “não” à entidade.

— Eu recusei (a seleção), e outras vezes como auxiliar do Tite na Copa do Mundo. Cada um é cada um. Assinei contrato de três anos, para eu aceitar também é difícil. Tudo é questão de momento, o cara está em um grande momento e ele vai tentar mudar bastante, no que diz respeito à organização, de tudo, do futebol, da CBF. Agora estamos torcendo. Nos afastamos um pouco da seleção, a verdade é essa, e agora com a volta dele acho que o pessoal vai voltar a torcer para a seleção – falou.