Imagem do projeto Laranjeiras

As declarações do presidente Pedro Abad ao portal Globo Esporte, em resposta à entrevista dos ex-dirigentes do clube, Diogo Bueno, Miguel Pachá e Cacá Cardoso, deram polêmica. Revelando, dentre outras coisas, ser contra a realização de partidas no estádio das Laranjeiras, o mandatário afirmou não acreditar que a reforma vá acontecer. As palavras do homem forte do clube verde, branco e grená não foram bem recebidas pelo grupo responsável pelo projeto de reforma do estádio e uma nota foi emitida para rebater Abad. 

Um dos líderes do grupo formado para tocar o projeto de reformulação das Laranjeiras, o conselheiro Sergio Poggi criticou, em conversa com o NETFLU, o conteúdo das respostas do presidente Abad acerca do tema.

 
 
 

– Lamento a declaração do presidente, ao final de sua gestão. Achei desnecessária e de uma certa deselegância, mas não me surpreende. Fomos diplomáticos durante todo esse tempo em não externar a realidade que ele expôs agora, de que não tem o menor entusiasmo pela recuperação do Estádio das Laranjeiras nem pela restauração da sede – disse.

O NETFLU já havia alertado, em primeira mão, no início do ano, que a reforma nunca fora tratada com seriedade pela gestão atual, mesmo com Abad salientando que as dívidas não impediam o andamento do projeto. O presidente autorizou a movimentação do grupo de trabalho em torno da reforma, destacando que o Fluminense não poderia ajudar. Em cima disto, fora criado o Instituto Cidadania Tricolor para a arrecadação dos valores necessários. No final do ano passado, ocorreram três apresentações para um grupo de empresários e tricolores bem sucedidos, mas a arrecadação travou devido a desconfiança na atual gestão.

– É importante deixar claro para a torcida que o projeto não depende em nada dos recursos do Fluminense. Todas as áreas do clube têm sua relevância. Se há uma escassez de recurso, ninguém seria responsável em solicitar dinheiro do caixa, se o Flu tem dificuldades em bancar salários de funcionários e de jogadores. Desde a fase zero, o projeto está sendo financiado com nenhum recurso do clube. Qualquer outra coisa que se tenha falado por aí é mentira. É importante que isso seja ressaltado. O dinheiro do Fluminense tem que ser destinado para cumprir com as obrigações olímpicas, revitalizar o social e montar um grande time de futebol. Na fase de reforma, investimento e etc, não será utilizado nenhum recurso do clube – ressaltou Bueno ao site número 1 da torcida tricolor no início do ano.

Sergio Poggi complementou as palavras ditas pelo ex-vice de finanças em janeiro, frisando que é fundamental, neste momento, olhar para o futuro.

– Felizmente, nossa proposta não é um projeto de uma gestão, é pra instituição Fluminense, faz parte de um plano maior, que pretende disseminar um ciclo virtuoso para todo o clube, começando pela recuperação do estádio. Estou mais preocupado em olhar pra frente, já conseguimos sensibilizar os candidatos a presidente para a importância do projeto e esperamos contar com uma participação mais decisiva da próxima gestão – concluiu.

Os moldes do projeto atual foram apresentados à diretoria tricolor em outubro de 2017 e o Flu não tocou adiante. Responsável pela concepção do projeto, o arquiteto Edmundo Musas, que desenhou o CT Pedro Antônio, cobrou R$ 905 mil num pré-contrato com o Fluminense. O NETFLU apurou que esse valor inclui entregar em quatro meses a partir da contratação todas as plantas necessárias, além da licença em todos os órgãos públicos. E a importância de se colocar em prática a iniciativa é urgente: O Fluminense gastou R$ 3,5 milhões para jogar no Maracanã em 2018, sendo o clube de Série A com o maior prejuízo do país neste quesito.