Negociações por jogadores tomam valores exorbitantes e situação preocupa
Os altos valores em negociações recentes por jogadores no futebol brasileiro estão preocupando dirigentes. Noticia o site Uol que, diante dessa situação, o fair play financeiro já é cogitado e foi debatido na CBF ainda na gestão do ex-presidente Rogério Caboclo. Um modelo foi elaborado pelo economista Cesar Grafietti, mas acabou engavetado. No ano passado, a Comissão Nacional de Clubes (CNC) voltou a debater o assunto, mas segue estagnado.
Em entrevista recente, o técnico do Fluminense, Mano Menezes, falou a respeito da situação. Experiente e rodado no futebol brasileiro, o treinador alertou para o perigo e citou ainda a recente entrada das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs).
— É um momento de extrapolação da nossa realidade. Não podemos nos comparar com Inglaterra ou Alemanha. Nossa realidade de economia é diferente. Estamos vivendo uma realidade de bolha que será furada logo ali na frente. Os clubes não vão conseguir honrar compromissos e sustentar negociações desse tamanho. Não temos receitas para isso. Há duas ou três exceções, eles podem fazer negociações diferentes da realidade – falou à TNT.
Quem também abordou o assunto foi Marcelo Paz, ex-presidente e hoje CEO do Fortaleza SAF.
— Alguns clubes agem um pouco de forma irresponsável. A entrada das SAFs também inflacionou, porque é um dinheiro de fora e isso não representa um crescimento da receita e, sim, um aporte. Esse dinheiro inflacionou o mercado, se tornando um problema, pois essa bolha vai estourar em algum momento e isso não existe a menor dúvida. Os clubes que querem se manter organizados vão ter dificuldade de competitividade, porque vão concorrer com quem inflacionou e que vai ter performance esportiva de curto prazo melhor. Acho que urge a necessidade de um fair play financeiro. Se o clube estiver com dívida, não pode seguir contratando, pois o modelo atual causa desequilíbrio artificial, e isso não é bom para nenhum mercado – disse.
Cita ainda a reportagem que um dirigente, cujo nome e clube não foram revelados, apontou para a pedida exorbitante de um jogador que seria contratado para compor elenco.
— Estava negociando com um jogador que disputaria posição, que estava longe de já chegar com status de titular e ele pediu R$ 600 mil de salário. Surreal – contou.