Poderia ser um domingo qualquer, mas não foi. Em dia de confronto entre Grêmio e Fluminense, no Rio Grande do Sul, um caminhão de gols deu destaque a um jogo maluco do início ao fim. Depois de um primeiro tempo tosco até os 30 minutos, quando saiu perdendo por 3 a 0, os comandados de Diniz buscaram uma redenção improvável, virara para 4 a 3, sofreram o empate e, no fim, Yony Gonzalez deu números finais ao duelo. Um 5 a 4 para a história do futebol brasileiro.

A equipe verde, branca e grená iniciou o confronto em seu estilo: pressionando a saída de bola e trocando passes horizontais do adversário. Sem contundência, porém, repetindo a escalação com três volantes, o Fluminense foi engolido pela efetividade do Grêmio. Com cinco minutos de jogo, Jean Pyerre acionou Cortez, que cruzou para André estufar as redes. A arbitragem ficou parada no lance, esperando um posicionamento do VAR, que validou o gol de forma correta.

 
 
 

Ali parecia o início de um calvário. Aparentemente entregue, os jogadores do Fluminense assistiam o Grêmio jogar, quando não tinham a posse de bola. Sempre tinha alguém do clube gaúcho livre de marcação. E o Bruno Silva abusava de cometer erros absurdos. Aos 12 da etapa inicial, Léo Moura tocou para Alisson, que cruza para Everton, em velocidade, deslocar Rodolfo e fazer 2 a 0.

Estava preocupante. O Grêmio não tirava o pé do acelerador e os atletas do Flu pareciam em outra sintonia, sem achar a cor da bola. Tanto que, em nova jogada de pé em pé, com várias tabelas, Jean Pyerre recebe de André e toca entre as pernas de Rodolfo. Já com 3 a 0 no placar, pareciam favas contadas. Mas o futebol é uma caixinha de surpresas como prega o dito popular.

A reação tricolor começou pelos pés de Yony Gonzalez. O colombiano escorou um chute meio torno de Luciano, após jogada de Caio Henrique pela ponta esquerda e diminuiu o placar para 3 a 1 aos 38 minutos. Dois minutos depois, o ex-arqueiro tricolor, Júlio César, teve uma bola em seus pés, tentou driblar Luciano, calculou errado e viu o atacante do Flu roubar a redondinha e diminuir para 3 a 2. No segundo tempo, um outro Tricolor e o uma outra equipe gaúcha em campo. Não pelas peças, mas pela postura.

Tendo apenas Danielzinho como cara nova, ao tirar Airton, Fernando Diniz promoveu uma equipe mais fluida, lembrando o Fluminense mágico do início da temporada. Sendo assim, o adversário, mesmo sendo o Grêmio, fora de casa, ficou encurralado. Jogando por música, o esquadrão verde, branco e grená empatou.Após cobrança de falta, Luciano cabeceia. Júlio César faz a defesa, mas, no rebote, Matheus Ferraz deixou tudo igual.

A virada improvável veio pelos pés de Pedro. Após pênalti marcado em cima de Matheus Ferraz, o atacante, que havia entrado no lugar do nulo Guilherme, bateu com confiança e fez 4 a 3. O jogo, dali em diante, ficou lá em cá. Não dá pra narrar tudo, senão seriam 30 parágrafos. Em resumo, defesas de Júlio César de todos os jeitos, Rodolfo e o gol de empate feito aos 38, após bola na pequena área escorada, de cabeça, por Kenneman. Parecia que terminaria 4 a 4. Mas, amigos, aqui é Fluminense!

No frigir dos ovos, Yony Gonzalez pegou um rebote com firmeza, a bola desviou no lateral-direito Léo Moura e morreu nas redes. Que jogo impressionante! Que duelo memorável: 5 a 4 para o único tricolor do mundo na Arena do Grêmio. Hoje, uma parte da história foi escrita! Viva o futebol!