(Foto: Lucas Merçon - FFC)

O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, abriu a entrevista coletiva nesta terça-feira falando sobre o caso mais debatido entre os tricolores na semana: Evanilson. A saída do centroavante para o Porto (POR), com o Flu recebendo 30% do valor, segundo o mandatário, não houve tempo hábil para renovar o contrato do atacante e, mesmo sem citar culpados, diz que pode ter havido erro de avaliação da qualidade de Evanilson da gestão anterior, de Pedro Abad.

– O Evanilson fez seu primeiro contrato com 16 anos, em 2015 até 2018. O primeiro contrato profissional de um atleta só pode ser celebrado por três anos. Em 6 de março de 2017, sete meses antes de ele completar 18 anos, as pessoas que aqui estavam assinaram um novo contrato também de três anos que terminava em 29 de fevereiro de 2020. Em outubro de 2017, as pessoas que aqui estavam, que geriram a base, poderiam ter assinado um contrato de cinco anos e não fizeram. Ganhamos a eleição no meio de 2019 e ele nunca havia subido para o profissional. Um mês depois, nosso chefe de scout me chamou para uma reunião, om o diretor-executivo e com o novo diretor da base explicando que a gestão anterior não quis subi-lo e o chefe do scout gostava do Evanilson. Fui procurar saber quem era o jogador. Pela filosofia de trabalho da gestão anterior, apenas uma constatação, a base não era integrada ao profissional como integramos. Criamos o sub-23 para minimizar esse tipo de perda. A gente tem uma metodologia diferente, da integração, Sentamos para conversar e fui, obviamente, com o diretor-executivo ver uma partida do atleta em Laranjeiras e o diretor da base me falou que se tivéssemos aqui antes poderíamos ter feito um contrato mais longo com esse jogador. Procurei o representante dele e vendeu 50% da procuração para outro empresário, que é o Eduardo Uram. Ele já tinha propostas de clubes do Brasil e de fora para sair assim que terminasse em fevereiro de 2020. Repito: O jogador jamais tinha subido ao profissional. Ou a gente não subia o Evanilson, e eu não estaria dando essa coletiva, porque ele não seria vendido, eu confiei que ele poderia nos ajudar, gosto demais do jogador, o Angioni gostou demais quando o viu e o empresário disse que o jogador se sentiu desvalorizado porque subiram outros e ele ficou para trás e que não tinha interesse em assinar um novo contrato. Insisti, mostrando que tínhamos sido corretos em subi-lo para o profissional mesmo sabendo que o perderia de graça. Ele performou. A opção que o empresário nos deu é que ele havia se vinculado ao Tombense e que o máximo que poderia fazer era emprestá-lo por dois anos e deixar um percentual para o Fluminense, tendo em vista que o clube o formou, em que pese o mecanismo de solidariedade da Fifa. Recentemente foi procurado por alguns clubes e a principal proposta foi do Crystal Palace. E por questões da Premier League, ele ficaria até janeiro do ano que vem e com possibilidade de, se não conseguir se inscrever, retornar. Pedi que ficasse até o fim do Brasileiro e Copa do Brasil. Os representantes e clube de origem tentaram. Se ele fosse para o Crystal Palace ficaria conosco. Mas surgiu nova proposta do Porto e o Porto fez uma proposta maior para a Tombense maior que a do Crystal. Fomos apenas informados. Fiz o mesmo pleito para que ficasse conosco ate´o fim do Brasileiro, mas por vontade do clube português e do próprio atleta, com receio de lesionar ele quis ir agora. Só nos cabe aceitar. Pegamos uma situação praticamente perdida. Porque não renovou? Porque essa era uma decisão que não cabe ao clube. Se houve algum equívoco, e não estou acusando ninguém, a gestão anterior avaliar que ele não merecia um contato mais longo. Se houve falha, foi anterior à nossa chegada. Talvez não tivessem visto potencial no Evanilson. Nós chegamos, olhando, mas já era tarde.