O Fluminense tem uma das divisões de base mais fortes do país. Prova disso, é que toda temporada o Tricolor revela um ou mais jogadores formados em Xerém, que acabam vendidos para o exterior e ajudam a manter o clube respirando financeiramente. Em entrevista, o presidente Mário Bittencourt falou sobre os gastos com a base e como o Flu deve encarar Xerém e as joias que de lá saem para o mundo do futebol.
– Acredite você ou não, nenhuma crítica, mas nas administrações anteriores, colocavam Xerém como despesa. Porque Xerém não tem direito de transmissão, não vende ingresso, ai eles diziam assim: “Gastamos R$ 12 milhões com Xerém e só entrou R$ 5 milhões, então tivemos um prejuízo de R$ 7 milhões”. Na reunião de planejamento do orçamento eu disse: “Xerém não dá prejuízo nunca, Xerém a fábrica! (risos) Xerém é quem produz”. Então quando eu trago o Luiz Henrique e coloco ele no time profissional, eu não precisei gastar dinheiro, Xerém me deu de presente um jogador que vale milhões de euros, Xerém me deu de graça. Por isso que eu coloquei uma regra que toda vez que eu vendo um jogador formado em Xerém, 10% vai para Xerém, porque é Xerém que tá colocando o jogador no profissional. Então Xerém não vai dar prejuízo nunca, Xerém é o alicerce, Xerém a base do Fluminense. Então a gente tirou o que chamavam de custo e colocou como investimento. A gente investe, só para você saber, R$ 12 milhões por ano. R$ 1 milhão de reais por mês. Então a gente vende o Pedro, pode futuramente vender o Marcos Paulo. Com € 2 milhões de euros por ano, Xerém projeta jogadores que podem valer milhões de euros. Neste momento da história, a gente vai sobreviver vendendo jogadores para pagar as dívidas. Para que um dia, a gente possa ter pago as dívidas e um clube chegue querendo comprar esse jogador por € 12 milhões de euros e eu diga: “Amigão, ele só sai por € 25 (milhões), se não for € 25 (milhões), ele vai ficar aqui comigo”. Mas hoje a gente precisa vender por € 12 (milhões), por € 11 (milhões), por € 3 (milhões). A gente precisa investir na base para manter o clube – explicou.
Mário, sobre gastos com a base: “Xerém não vai dar prejuízo nunca, é o alicerce”
Presidente enxerga dinheiro gasto com a base como investimento