Com o curto espaço entre o fim do Brasileiro de 2020 e o início das competições em 2021, Mário Bittencourt adiantou que caberá ao time sub-23 do Fluminense começar a disputa do Campeonato Carioca. O presidente destacou o planejamento traçado visando à próxima temporada.
— – Cheguei aqui no meio de 2019, com o campeonato em andamento. Não planejamos 2019. Planejamos 2020. Normalmente há férias de um mês, jogadores retornam, tem 15 dias de treinamento, mas estreamos no Carioca com sete sessões de treinamento. O Brasileiro só começava em março. Outra luta que tenho na CBF é que essas competições como a Sul-Americana e Copa do Brasil começarem em fevereiro é um desastre para clubes com maior dificuldade financeira, que é o nosso caso. Tudo na vida tem lado bom e ruim. O bom das férias de 30 dias é que descansam, mas voltam fora de forma. Demoram mais tempo para recuperar. Esse ano não vai ter 30 dias, serão dez. Em compensação, voltarão praticamente em forma. Tem menos espaço. O sub-23 vai começar o Estadual. Se classificarmos para uma Pré-Libertadores, teremos de conversar. Possivelmente suprimir esses dez dias. Há ainda o Palmeiras classificado na Copa do Brasil, Libertadores, possibilidade de ir ao Mundial. Podem esticar ainda mais o Brasileiro. Temos de nos reinventar a cada semana. Tudo isso impacta no planejamento. Um pouco antes do final do campeonato, ainda em fevereiro, esperamos ter uma noção mais exata sobre o que iremos disputar. Se classificarmos à Libertadores, só entramos nas oitavas da Copa do Brasil. Hoje pode ter Copa do Brasil em fevereiro ou não. Não sabemos ainda como vai ficar o calendário. Só sabemos que o Estadual vamos começar com o sub-23. Até porque tomara que estejamos na Libertadores e nos preparando – disse.
Em entrevista coletiva, Mário Bittencourt também falou porque foram contratados jogadores para reforçar a equipe sub-23, algo que o diretor executivo Paulo Angioni, quando do lançamento do projeto, havia descartado.
— A ideia é que no futuro próximo nós tenhamos 100% dos jogadores da casa. Vários clubes têm o sub-23. Alguns clubes que têm o investimento maior, às vezes entendem que não precisam dessa categoria, pois podem comprar quem quiserem. Um dos motivos do projeto é utilizar jogadores que estouram 20 anos e não são integrados ao profissional. Esse tipo de jogador, ou a gente libera de graça, ou emprestamos pagando salário, ou mantemos na nossa casa, no sub-23. Teve momentos em que pagamos jogadores com contrato para jogar em outros lugares. A gente fez um terceiro campo no CT para atender também o sub-23, além do profissional. O sub-23 também serve para recuperar jogadores voltando de lesão, como o Frazan. O Martinelli jogou o Fla-Flu na semana passada e pediu para jogar no sub-23 para manter a minutagem. Não é verdade que o sub-23 arranca jogadores daqui ou de lá. Tanto que o Nascimento jogou o último jogo do sub-23 e participou contra o Corinthians. A gente tem boas oportunidades de mercado, jogadores que vêm de graça, salário baixo. A folha do sub-23 custa em torno de 4 ou 5% do futebol profissional. Tem vezes que o jogador de uma categoria passa o de outra, como por exemplo o do sub-20 passa o sub-23, o sub-17 passa o sub-20. Aí fica um desequilíbrio em uma determinada posição. Aí se repõe. É um projeto muito barato. E a gente gastava esse dinheiro com os jogadores atuando em outros times. O pleito meu é que a gente possa ter um Estadual de Aspirantes também. Cinco jogadores acima de 23 anos podem atuar no campeonato sub-23. É um projeto que nos atende financeiramente e na recuperação de atletas. Certamente integraremos alguns do sub-23 para a temporada que vem. – falou.