A questão do clube-empresa está em grande discussão no Brasil recentemente. Mário Bittencourt, porém, ainda tem grandes ressalvas a respeito do assunto. O presidente do Fluminense acredita que a pressa em relação à transformação das agremiações é até perigosa.
— Não é uma discussão simplista, é perigosa em vários sentidos. A lei que deve entrar em vigor vai determinar a transformação até o final de 2020, e eu afirmo que os clubes não estão preparados. E acho que aqueles que vão virar precisam ter assinado que alguém vai entrar com dinheiro. Sou um estudioso da matéria, participei inclusive da elaboração de alguns artigos da parte trabalhista que ali estão. Acho que a lei é válida, estão se criando alguns benefícios que a Lei Pelé não tem para o clube fazer a migração. No futuro precisará ter uma extensão de prazo. Imagina, fazer isso em 12 meses, é algo perigoso. Não pode confundir palavra empresa com gestão. Há vários clubes no Brasil que não são empresas e têm ótima gestão. Por isso estamos implementando no Fluminense regras empresariais, tentando manter as coisas em dia, ter austeridade… Isso já é uma cultura para quem olhar de fora falar: “Posso colocar dinheiro ali, os caras não vão torrar”. Posso garantir que quando a lei entrar em vigor, talvez 15%, 20% se transformem imediatamente em empresa, o resto não vai – disse.