Fluminense concorrerá na licitação ao lado do Flamengo (Foto: Marina Garcia - FFC)

Enquanto a licitação do Maracanã não sai, o estádio continua sendo alvo de algumas polêmicas. Em entrevista ao programa “No Mundo da Bola”, da TV Brasil, Mário Bittencourt falou novamente a respeito do projeto do Fluminense de concorrer ao lado do Flamengo pela gestão na concessão e dos recentes episódios fora de campo com o Botafogo e, principalmente, o Vasco.

Lembra o presidente tricolor que nenhum clube rival foi impedido de jogar no estádio, mas o local, por ser administrado pela dupla Flu-Fla, tem de ter prioridade aos administradores. Ele ainda fez uma crítica pela forma como o Vasco tratou publicamente a questão, recordando o último duelo do Campeonato Carioca.

 
 
 

— Jamais, em momento algum, o Botafogo e Vasco foram proibidos de jogar. O estádio é administrado por Fluminense e Flamengo há dez anos. Temos de nos recordar que em 2013, Botafogo e Vasco se pronunciaram oficialmente que não tinham interesse. O Botafogo usava o Nilton Santos e Vasco, São Januário. Historicamente, o Vasco disputou até jogos decisivos lá, como a final da Libertadores. Essa situação que estão levando é temerária. O que foi feito semana passada, usando redes sociais, foi muito temerário. O clima do jogo ficou ruim. Como se o Fluminense estivesse tentando impedir a torcida do Vasco de comprar ingresso. O Vasco usa sempre o público em vez do privado buscando uma conciliação. Tivemos uma conversa eu, Landim e o Salgado ano passado. No início de 2022, o gramado do Maracanã passou por uma reforma. Ao final de 2021, o Jogo das Estrelas do Zico não foi lá. O Fluminense não jogou os dois jogos da Libertadores sendo administrador do estádio por conta da reforma. Levamos dois jogos pra São Januário. Pagamos o aluguel dos dois jogos. Após o primeiro jogo contra o Millonarios, o presidente Jorge Salgado me ligou pedindo pelo amor de Deus para tirar o segundo jogo de lá, porque a torcida do Vasco estaria reclamando. Aí fomos procurar o Botafogo para jogar no Engenhão. Nos cobraram mais caro que o Vasco. Pagamos e jogamos no Engenhão – disse, prosseguindo:

— Recentemente, procuramos o Botafogo pra mais uma reforma no Maracanã e disseram que naquele momento não podia nos alugar o estádio. Que também é um equipamento público, como o Maracanã. O que dizemos a ambos. Que por uma questão de tabela, os administradores têm preferência. Não tendo jogos desses dois, eles jogam. Aí olha que curioso. Na Série B do ano passado, o Vasco quis jogar alguns jogos. Entrou na Justiça. Aí teve um encontro na CBF ano passado eu, Landim e (Carlos) Osório, (diretor) do Vasco, em que tínhamos uma data disponível e oferecemos pra eles jogarem contra o Guarani. Aí essa data ele não queria porque não era uma data “maracanizável”. O que é isso? Um jogo de grande apelo, que o Vasco vai ter um resultado positivo. Aí nós que administramos o estádio há dez anos, que gastamos mais de R$ 100 milhões no estádio, vamos lá e jogamos estadual, à noite com chuva e os deficitários. E vocês ficam jogando no estádio de vocês e querem o Maracanã pro jogo “maracanizável”. Aí enviam um ofício e o estádio não pode ter três jogos por semana. Nós respondemos e vocês entram na Justiça. Nesse encontro já até conversamos que o Vasco possa jogar oito, dez jogos por ano, até mais. Só que o Vasco usa essa bandeira. Não a instituição, as pessoas que o dirigem. De dizer que estão sendo excluídos. A licitação vai ser técnica. Vai ser vencida na técnica por quem quer que vença. Falamos recentemente com o (John) Textor (dono da SAF do Botafogo), ele disse até que o Engenhão, com a grama sintética, vai poder ser mais vezes alugado. Nós como dirigentes de clube, podemos conversar e chegar a um denominador comum.