Foto: Lucas Merçon

No fim da entrevista coletiva nesta sexta-feira, Mário Bittencourt pediu a palavra para tecer comentários sobre o movimento de muitos tricolores por associação massiva. A meta é que o Fluminense tenha 100 mil sócios. O presidente agradece a campanha, falou também sobre o programa de sócio futebol e pediu para os torcedores não vaiarem o time nos jogos.

– Acompanhei o movimento. Fico honrado, feliz e emocionado porque o torcedor começa a entender de que forma ele pode ajudar. Algumas pessoas começaram a entrar de sócio e encontraram problemas no sistema, então peço paciência. Se houver um avalanche, e espero que ocorra, encontraremos algumas dificuldades. Porque não fizemos de cara um pacote assim que assumimos a gestão? O nosso modelo é bastante diferente do que existe. Ela passa por uma criação de uma série de categorias. Vou antecipar algumas delas. Queremos o Sócio Futebol Xerém, destinando a receita unicamente para a base. Pretendemos fazer um setor popular no nosso programa. Sou sócio desde os 15 anos e fazia até uma escolha, em um acordo com minha mãe, que eu recebia um dinheiro diário, que seria para o lanche ou para se associar ao Fluminense e eu escolhi ser sócio. Por mais que não tenha benefício, acho que o torcedor deve entender que se associando ao clube deixará um legado para os filhos e netos, participando da reconstrução do clube, independentemente do que recebo em troca. Por isso me mantenho sócio do clube. Estou com 41 anos, desde os 15 contribuindo com o clube. O primeiro quesito é a sensação de pertencimento. Por isso criarei várias categorias, inclusive populares para que as pessoas não sejam excluídas dessas possibilidades – explicou Mário, que seguiu:

 
 
 

– Desde o dia que iniciamos a gestão, venho falando que o torcedor será o maior patrocinador master do Fluminense. Venho tomando medidas que, inclusive, os profissionais me contestam, do tipo “presidente, essa promoção já fizemos outras vezes”. Venho fazendo alguns movimentos para o torcedor entender que ser sócio é muito melhor. Chamo isso de degustação. Mas quando eu abaixo o preço do ingresso demais para o torcedor que não é sócio, acabo ferindo o torcedor que é sócio futebol. Quando em qualquer clube do mundo, o sócio tem mais vantagens do que o torcedor que não é sócio. Todos os jogos que abaixamos o preço do ingresso, o aumento do público não foi proporcional à redução que eu fiz, tivemos prejuízo. Num jogo que não fiz promoção, o púbico foi um pouco menor, mas tive lucro. Quanto mais sócio futebol eu tiver, mais receita fixa eu tereis para investir no futebol e menos prejuízo eu tenho.

Por fim, o mandatário tricolor falou mais explicitamente sobre o que pretende para o programa Sócio Futebol a partir de 2020.

– Desenvolveremos um sistema de pontos, benefícios, um setor específico para sócios no estádio. Isso depende de estudos de mareting, comunicação para implementar um programa de sócio real, efetivo. Quem está entrando agora, que sejam 50 mil, poderão migrar para novas categorias. Não deixe de entrar porque haverá um novo modelo. Esse modelo absorverá todos. Estamos fazendo laboratórios, degustações para entender o gosto do torcedor. Parabéns à torcida pela campanha, todos os que estão tendo acesso, o clube agradece o movimento. Não tem salvador da pátria aqui. Nós juntos temos que fazer com que o Fluminense possa existir por mais 150, 200, 300 anos. O pensamento não pode ser apenas para sábado, que gostaria que tivéssemos um público espetacular. Alguns poucos torcedores vaiaram jogadores durante a partida contra o Athletico-PR, mas não ajuda em nada. Deixa para vaiar, xingar, recamar depois que o jogo acaba. Vamos tentar segurar para ajudar o nosso jogador e nosso clube. As pessoas físicas estão aqui de passagem. Não adianta ter raiva de um ou outro e prejudicar.