Desde a chegada de Mano Menezes, o Fluminense melhorou muito defensivamente. Tanto que, após sua estreia, o Tricolor é o time menos vazado do Campeonato Brasileiro desde então. Após a vitória de 2 a 0 sobre o Flamengo, na quinta-feira, no Maracanã, o técnico foi questionado sobre a evolução do setor mesmo sem Thiago Silva, fora das últimas partidas em virtude de uma lesão no calcanhar esquerdo. O treinador enalteceu as qualidades do Monstro, mas fez questão de valorizar o coletivo.
— Quando nós abordamos a questão de Thiago Silva, eu sempre fiz questão de deixar claro que Thiago Silva é um jogador muito acima da média, não tem discussão sobre isso, nem nada. Mas eu disse que a equipe já se defendia diferente e Thiago também estava tendo esse bom desempenho porque a equipe já estava melhor posicionada defensivamente, defensiva para um jeito de jogar, melhor, tá? Esses jogadores todos, na Europa, falam aí de Thiago, não estão acostumados a correr atrás de atacante. Quando eu fui dirigir Thiago na seleção brasileira, ele jogava no Milan, e quando estávamos conversando sobre maneira de jogar, sobre desempenho, ele disse assim, “lá eu jogo muito protegido” quando você está protegido e tem a qualidade, que eles têm, naturalmente, você cresce. Então, o sistema, para quem defende, é melhor que ele esteja melhor posicionado. Correr atrás de atacante para zagueiro é uma tristeza. O sujeito é mais rápido, o sujeito é mais qualificado tecnicamente. Tem todas as vantagens a favor dele, estar de frente para o gol. Se você tiver que correr atrás de atacante, você vai ter mais dificuldade. Se toda hora você tiver que fazer cobertura lateral, você cansa muito e depois você não está posicionado – iniciou, prosseguindo:
— Então, acho que o grande mérito da equipe está já num posicionamento de time, melhor com duas linhas mais próximas, então isso ajuda muito. Então quase mais, aquele dia contra o Botafogo, quase encerramos o segundo tempo também sem tomar. Foi por um detalhezinho. Então acho que as coisas vão entrando nos eixos. O mais importante é a gente acreditar em trabalho de equipe. Senão sempre nós vamos reclamar das ausências. E a equipe passou por isso. E ainda estivemos sem uma das referências da equipe que saiu do grupo, que é o André. Faz muita falta obviamente, faz falta um pouco porque era uma das referências da equipe. Então estamos passando por isso já, transformando a equipe numa outra equipe. E resultados como esse de hoje (quinta), vitórias em jogos grandes. Dão confiança, e a confiança é um dos pilares fundamentais para a evolução.